Nesta quarta-feira, a diretoria que está de saída do clube e a nova, que assume definitivamente São Januário no início do mês que vem, sentam para a primeira reunião de transição. Eurico Miranda, que já vive o dia a dia do Vasco há algumas semanas, tem encontro marcado com Roberto Dinamite e parte de seus vice-presidentes e diretores para tomar pé de uma série de assuntos que a sua administração vai conduzir daqui em diante. Um dos prioritários é a renovação com a Caixa Econômica Federal. O prazo concedido pelo banco para renovação do compromisso se encerra nesta sexta, mas os dirigentes devem marcar novo encontro em Brasília para tentar adiar outra vez uma definição sobre a parceria.
A Caixa ainda define os últimos ajustes de orçamento e também avalia a continuidade do patrocínio em clubes no futebol brasileiro. O diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, que conduz as negociações até aqui, deve participar diretamente dessa transação. Depois de dois anos em São Januário - o executivo gaúcho também passou pelo clube entre 2010 e 2011 -, Koehler não deve continuar no clube. Rodrigo Caetano, diretor de futebol, dificilmente permanece. Eurico tem dito que os cargos de diretores executivos são antiestatutários, pois eles devem ser amadores. A nomenclatura - Eurico fala em "gerentes, não diretores" -, porém, não interessa tanto quanto o desejo do novo presidente em enxugar os gastos por departamento.
Do futebol ao departamento jurídico, a ideia da nova gestão é fazer corte radical de custos. A ideia não é nova - era defendida, por exemplo, pelo ex-vice-presidente de finanças Nelson Rocha e também por Koehler, nesse retorno ao Vasco -, mas esbarra em alguns obstáculos. Segundo os balanços patrimoniais do clube, o Vasco aumentou em cerca de 100 pessoas o número total de funcionários na administração Dinamite. Um enxugamento dessa folha passa por negociações com sindicatos de classe e um custo estimado em R$ 2 milhões em rescisões.
No entanto, a intenção da administração Eurico é cortar os executivos com altos salários - casos de Koehler e Caetano, passando pelo departamento jurídico - e tratar com calma do alto número de funcionários. Com salários e benefícios atrasados, muitos não aparecem para trabalhar em São Januário há um bom tempo.
Além de Dinamite, Koehler e Caetano, os vice-presidentes Ercolino de Luca, de futebol, e Jayme Lisboa Alves, de finanças, também participam do encontro desta quarta-feira. Durante esta terça-feira, Ercolino levou Silvio Godói, novo vice-presidente geral do Vasco, para conhecer as novas instalações dos vestiários e alguns departamentos de São Januário.