Na manhã desta sexta-feira, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, recebeu os representantes de Flamengo, Fluminense, Vasco e Volta Redonda para definir as medidas de segurança para as semifinais do Campeonato Carioca. Na reunião ficou decidido que os jogos não terão torcida única, como vinha sendo considerado nos últimos dias.
Também participaram do encontro o presidente da Ferj, os comandantes das polícias Militar e Civil, o procurador-geral do Rio, o secretário de esportes, dois desembargadores do Tribunal de Justiça, além de um representante do Ministério Público do RJ.
Os clubes foram representados pelo presidente Rodolfo Landim (Flamengo), vice-geral Matheus Montenegro (Fluminense), CEO Luiz Mello (Vasco) e presidente Flávio Horta (Volta Redonda). O diretor financeiro Lúcio Barbosa, o diretor de comunicação Felippe Costa e o 1º VP Carlos Osório também estiveram do lado do Vasco na reunião.
A pauta da torcida única não chegou a ser debatida, porque tanto os clubes quanto a federação e o governador se mostraram contra a possibilidade. Foi confirmada determinação da Justiça, que na última quarta proibiu torcidas organizadas (Raça, Jovem Fla, Força Jovem, Young Flu e Fúria Jovem) de acessarem o Maracanã. Além disso, não será mais permitido aos clubes ceder ingressos para as torcidas organizadas.
A Polícia Civil informou que vai abrir inquérito para investigar organização criminosa em casos de brigas de torcidas organizadas em dias de jogos. Atualmente, os envolvidos são autuados por lesão corporal, mas serão indiciados por crime de organização criminosa, que prevê pena mais rígida. As pessoas enquadradas e que já cumprem pena vão ter que comparecer a delegacias em dias de jogos.
- Também decidimos a abertura e o enquadramento de todos esses brigões no inquérito como organização criminosa. Não serão mais enquadrados como pessoas de baixo potencial ofensivo, mas sim como organização criminosa, o que é muito mais sério. Há uma vara criada no Tribunal de Justiça voltada para organização criminosa e pode, inclusive, pedir medidas cautelares, como uso de tornozeleira, prisão e outras - afirmou Cláudio Castro no encontro.
No encontro, o governador disse que a Polícia Militar reconheceu falhas na execução do policiamento nos primeiros clássicos do Carioca, mas que não foi erro no planejamento. As falhas na segurança já foram corrigidas para o Fla-Flu da última quarta, que não apresentou incidentes graves.
- Decidimos fazer um plano de ação permanente em conjunto entre Governo do Estado, Prefeituras, Tribunal de Justiça, Ministério Público, federação e clubes, e chamaremos a CBF já que alguns campeonatos têm organização da CBF. Para que todos, clubes e torcedores, saibam o que pode e o que não pode. Com essa plano de trabalho vamos poder tomar decisões mais sérias. Vamos retomar com a Polícia Civil o acautelamento dessas pessoas que causaram baderna. O MP e os clubes farão atualização desse cadastro no Tribunal de Justiça para que as pessoas tenham obrigação de ficar nas delegacias. Assim a gente aumenta o sarrafo da punição. Tivemos um tempo de tentativa de diálogo primeiro, mas não dá para ter diálogo com quem não respeita - concluiu o governador.