Um dos segredos da boa fase de Riascos está na felicidade que o Rio lhe trouxe. O colombiano se apaixonou pela cidade, trouxe a família para cá, fez questão de que o segundo filho fosse carioca e tenta renovar com o Vasco para seguir aqui. A um gol da artilharia do Estadual, sonha em repetir o feito de outro estrangeiro que foi seduzido pelos encantos locais: o argentino Doval.
A identificação foi tamanha que o ex-atacante, falecido em 1991, vítima de um ataque cardíaco, recebeu o diploma de cidadão carioca honorário na época em que atuava. Por Flamengo e Fluminense, foi artilheiro dos Estaduais de 1972 e 1976, respectivamente, e desde então nunca mais um estrangeiro conseguiu tal feito. Frontini, que dividiu a artilharia do Estadual de 2011 com Fred, nasceu na Argentina, mas veio para o Brasil ainda criança e é naturalizado brasileiro.
- Ele se adaptou rapidamente aqui - lembrou o ex-zagueiro Edinho, companheiro de Doval no Tricolor: - Era um estilo carioca, malandro, sabia se ajustar a todas situações. Todo mundo gostava dele.
Este ano, o reinado do argentino pode acabar. Com oito gols em dez jogos, Riascos terá até três partidas, caso o Vasco se classifique para a final, para superar Tiago Amaral, do Volta Redonda, e Almir, do Bangu, atuais artilheiros da competição.
- Doval era centroavante mesmo, são estilos diferentes. Ele ficava dentro da área esperando a bola chegar - ressaltou Edinho.
Outra diferença entre Riascos e Doval aparece fora de campo. O argentino tinha fama de mulherengo e não saía da praia de Ipanema. Já o colombiano é mais discreto, costuma passear com a família pelos pontos turísticos do Rio e postar fotos nas redes sociais. Para o Vasco, o mais importante é que sua pontaria seja a mesma do artilheiro de 40 anos atrás.