Futebol

Ricardo Gomes comemora primeiro título de expressão no Brasil

 Quando assumiu o comando do Vasco, no dia 2 de fevereiro deste ano, Ricardo Gomes se viu em um cenário de devastação, um verdadeiro pós-guerra. O time fazia seu pior início de Campeonato Carioca da história, e seus dois principais jogadores, Felipe e Carlos Alberto, estavam afastados. Mas, de lá para cá, tudo mudou. E muito. Talvez nem o próprio treinador pudesse supor que quatro meses depois estaria comemorando o título da Copa do Brasil.

Para o clube e a torcida, que não tinham uma conquista de grande expressão há oito anos, foi como resgatar o orgulho ferido. Para Ricardo Gomes, a taça também pode ser considerada um marco, um cartão de visitas. Se, durante o período em que trabalhou na Europa, ele venceu a Copa da França e a Copa da Liga Francesa (duas vezes, uma pelo PSG, em 1998, e outra pelo Bordeaux, em 2007), no Brasil, o treinador ainda buscava um triunfo de nível nacional.

Em 1999, no Vitória, Gomes levou o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste. Nos outros clubes que defendeu dentro do país, Ricardo Gomes não levantou taça. Além de Vasco e Vitória, ele trabalhou em Sport, Guarani, Coritiba, Juventude, Fluminense, Flamengo e São Paulo. No fim de 2002, teve uma grande oportunidade em sua carreira, o comando da Seleção Pré-Olímpica. Mas a experiência acabou tendo um gosto amargo, já que o time liderado por Robinho e Diego não foi bem, e o Brasil ficou fora dos Jogos de Atenas 2004.

No Vasco, bons números e confiança conquistada na conversa

Desde que Ricardo Gomes iniciou efetivamente sua função à beira do gramado, na vitória por 3 a 0 sobre o Americano, na Taça Guanabara, o desempenho da equipe melhorou muito. De lá para cá, nos 26 jogos disputados, foram 15 vitórias, oito empates e apenas três derrotas. O time disputou a final da Taça Rio contra o Flamengo, mas acabou batido nos pênaltis.

Além dos resultados, Ricardo Gomes trouxe para Colina uma mudança interna de comando. Polido e adepto das conversas para tentar solucionar os problemas, o treinador conquistou a admiração e respeito de todos. A serenidade e o jeito contido no banco de reservas também foram bem aceitos. O antecessor de Gomes, Paulo César Gusmão, por exemplo, tinha um estilo mais enérgico, uma linha de comando diferente.

- Os meus valores no futebol eu aprendi muito cedo. Cada um tem a sua personalidade, educação e formação. Tenho minha maneira de trabalhar. Sempre soube que o futebol é um esporte coletivo, e pensar assim faz a diferença - garantiu.

Ricardo Gomes conseguiu dar mais afinidade ao departamento de futebol, o que melhorou, entre outras coisas, a comunicação entre a comissão técnica, a ala médica e o restante das pessoas que trabalham diretamente com o time, como os supervisores. Cristóvão Borges, auxiliar técnico e que tem o mesmo estilo de Gomes, também ganhou o respeito de todos no elenco. O meia Felipe, uma das lideranças do grupo e que já havia trabalhado com os dois anteriormente, é um dos maiores entusiastas do trabalho da comissão.

- O Ricardo é uma pessoa muito tranquila, muito experiente, e foi um excelente jogador. A comissão técnica com o Cristóvão e o Rodrigo Poletto é maravilhosa também. Este é um dos segredos dele. Além disso, ele tem um grupo ótimo na mão, sem vaidades. O Ricardo é fundamental, um exemplo a ser seguido. Trata todos da melhor maneira possível - elogiou o camisa 6.

Atualmente, um dos maiores desafios de Gomes é administrar a grande concorrência interna no elenco. Bernardo, por exemplo, é xodó da torcida, artilheiro da equipe e costuma ficar como opção no banco de reservas. Ainda assim, o treinador tem conseguido manter a harmonia. O único caso adverso foi com o atacante Marcel, que preferiu aceitar uma proposta do futebol coreano a brigar pela vaga com Alecsandro.

O bom trabalho no Vasco e a boa imagem que tem na França deixaram Ricardo Gomes em alta no mercado. Ele confirmou ter sido sondado pelo presidente do Bordeaux sobre um possível retorno para a Europa. O técnico, no entanto, garantiu que não considera a hipótese de deixar o Vasco em breve. O objetivo agora é lutar pelo título do Brasileiro e, claro, sonhar com o bi da Libertadores.
 

Fonte: ge
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