O sonho de voltar a São Januário será adiado em nome do Vasco e do amigo Cristóvão. Ricardo Gomes, que planejava assistir no estádio ao jogo de amanhã, contra o Alianza Lima, tirou a ideia da cabeça. Irá apenas à concentração desejar boa sorte aos jogadores na Libertadores.
Eu gostaria muito, mas não vou. Desisti. Não vou virar a notícia do dia e atrapalhar o time. Para ganhar, o Vasco precisa de um ambiente legal. É melhor eu ficar fora do circuito. O Cristóvão, além de tudo, é meu parceiro disse Ricardo, por telefone, ao Jogo Extra.
O treinador, que ainda tenta se recuperar das sequelas de um AVC sofrido em agosto do ano passado, tem assistido aos jogos do Vasco e está confiante num bom resultado:
Não conheço muito bem o Alianza, mas, se é para dar um palpite, aposto na vitória do Vasco. No primeiro jogo, o Vasco já merecia pelo menos um empate (perdeu de 2 a 1 para o Nacional-URU) destacou.
Sem contrato com o clube, Ricardo tem se dedicado exclusivamente à sua recuperação, mais importante do que estabelecer um prazo para o retorno.
Eu poderia voltar a trabalhar agora, mas teria dificuldades. Ou poderia estar na ativa, num outro tipo de trabalho. Mas sou treinador. E a função do treinador não é ficar dando ordem. Tenho que estar bem para dirigir os treinos. Acho que volto em junho ou julho. Mas não descarto a possibilidade de voltar em abril. Ou em setembro. Pode ser mais rápido do que estou esperando, ou mais demorado também. Não tenho certeza de nada.
Cristóvão: carreira solo
O Vasco está à espera de Ricardo Gomes para a vaga que, por ora, é de Cristóvão, amigo de longa data. O constrangimento incomoda tanto, que os dois têm conversado sobre o futuro profissional de Cristóvão, que poderá até se romper, por uma boa causa.
Cristóvão tem que fazer carreira solo. Já falei com ele lá atrás, em novembro, que já deu provas de que tem condições de ser o treinador principal. Torço para que isso aconteça. Mas é ele quem vai decidir seu futuro. Eu falo, ele escuta, mas nunca fala nada ressaltou Ricardo, preocupado com o amigo que assumiu suas funções, já que, a qualquer momento, lhe devolverá o bastão.
O ônus e o bônus são de Cristóvão. Ricardo garante que não interfere no trabalho do amigo, que era seu auxiliar até o AVC.
Conversamos sobre futebol, mas não dou dicas. Quem pode ajudar o Cristóvão é o Gaúcho (auxiliar) e o Jorge Luís (assistente). Em casa, não posso ajudar encerrou Ricardo.