Uma histórica goleada de 6 a 0 do Vasco no Campeonato Carioca do ano passado selou a demissão de Estevam Soares e a chegada de Joel Santana ao Botafogo. Naquele momento ninguém apostaria que o Glorioso terminaria campeão e o Gigante da Colina em crise. Mas foi o que aconteceu e hoje, mais de um ano depois, Joel segue firme no comando do rival enquanto o Vasco viu passar pelo seu banco de reservas quase meio time de treinadores. O atual, Ricardo Gomes, espera acabar com o ciclo de demissões.
O primeiro foi Vágner Mancini, que começou 2010 no comando, mas não resistiu ao desempenho ruim no Carioca e terminou demitido. O técnico dos juniores Gaúcho foi chamado para assumir como interino, mas a falta de opções no momento aliado a um bom começo o fez ser efetivado. Mas a boa fase não durou muito tempo, a pressão da torcida aumentou e a diretoria correu atrás de um nome mais experiente. Celso Roth foi o escolhido. Quando a calmaria parecia ter chegado, o treinador surpreendeu a todos e pediu demissão menos de um mês depois de assumir, para comandar o Internacional.
A saída causou revolta em São Januário, mas a diretoria agiu de maneira rápida e trouxe PC Gusmão poucos dias após Roth abandonar o barco. O treinador chegou em junho com o time mal na tabela, mas conseguiu terminar o ano com a vaga na Sul-Americana. Os últimos dias de 2010 foram turbulentos, cogitou-se a sua demissão, mas PC Gusmão iniciou a atual temporada no comando. Após a pré-temporada em Atibaia, o time não criou liga e as seguidas derrotas para clubes pequenos, além de supostos problemas de relacionamento com membros do elenco, causaram sua demissão.
Ricardo Gomes assumiu e mudou logo nos primeiros dias a atmosfera ruim que pairava sob São Januário. Agora, além do treinador, o próprio grupo espera que a série de demissões se encerre. Fernando Prass, um dos mais experientes do elenco e que viveu todas as mudanças, acredita que só mesmo uma sequência de bons resultados trará estabilidade. O goleiro lembrou que o próprio Botafogo de Joel Santana viveu períodos conturbados, mas sempre teve serenidade para buscar a redenção. Ele espera o mesmo no Vasco.
- Temos de dar o nosso melhor a cada jogo. As vitórias quando saem trazem essa estabilidade, o ambiente de trabalho fica melhor e todos saem ganhando. Para o treinador é horrível ter de montar um time em um curto espaço de tempo. E cabe a nós jogadores darmos esse tempo. De nada adianta ter um grande ambiente se os resultados não aparecerem. Esse é o pensamento agora ao lado do Ricardo Gomes - explicou o capitão vascaíno.