Ricardo discorda da tese de que dois zagueiros canhotos não podem atuar juntos. Leandro Castan, titular e capitão do Vasco, é forte com o pé esquerdo, assim como ele, e o que o defensor formado na base mais quer em 2020 é vingar de vez na equipe principal, se necessário, ao lado de Castan. Sua outra meta para a temporada é bem mais ousada: disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Aos 22 anos, se vê pronto para ser uma zebra e ser chamado para a seleção.
Sua vida nos profissionais do Vasco nunca foi fácil, mas em 2019 você parece ter conquistado de vez a confiança da torcida. Você também tem essa visão?
Na vida nada é fácil. Quando subi, joguei, depois voltei de novo para o banco. Ano passado, comecei a jogar depois que o Castan se lesionou e consegui manter o rendimento na zaga. Eu vinha jogando bem e conquistei um pouco da confiança da torcida, mas não é porque fui bem que me já firmei, que a torcida confia em mim. Se eu não for bem, vai tudo voltar ao que era antes. Tenho de dar o melhor em 2020 e manter a boa sequência. Quanto mais eu jogar, é melhor.
Qual é a maior dificuldade que enfrenta quando joga ao lado do Castan? Os dois são canhotos...
A maior dificuldade que eu enfrento é a ideia de que não podem jogar dois zagueiros canhotos. Eu não acredito nisso. Eu me lembro, quando falaram sobre isso ano passado, disseram que dois canhotos podem jogar sim, o que não pode é jogar dois jogadores ruins. Lógico, estou acostumado a jogar a vida inteira no lado esquerdo, até porque não tem muito zagueiro canhoto. Mas nada que treino e sequência não mude. A maior dificuldade é essa, de posicionamento, mas também de não terem muitos zagueiros canhotos que jogam juntos.
Você tem idade olímpica. Ainda alimenta esperanças de ter uma chance na seleção sub-23?
Tenho essa esperança. É meu último ano. Nunca fui convocado, mas esperança sempre temos. Vou ter sempre essa esperança. Sei que é difícil, então tenho de trabalhar bem no Vasco para alcançar isso. Seria o auge da minha carreira. Enquanto isso não vem, tenho de me preocupar com o Vasco. Quanto melhor eu jogar pelo time, essa oportunidade pode aparecer.
A exigência sobre um zagueiro é maior quando é treinado por um ex-zagueiro, caso do Abel?
A exigência é maior, com certeza. Não só é um treinador de sucesso, mas foi um jogador de sucesso, conhecido mundialmente, jogou lá fora e em grandes times no Brasil. A responsabilidade é grande, ele sempre vai cobrar da gente o que ele jogou e o que ele vê. Mas o aprendizado também é. Ele conhece os atalhos. Tenho certeza de que fará o melhor para a gente. Completamos uma semana de trabalho. Espero dar meu melhor para estar jogando. Quem conhece o Abel sabe que o melhor joga com ele. Vou aprender bastante, acredito que vai ser um treinador que levarei para o resto da vida. Ele me parece ser muito correto, uma ótima pessoa.
Qual é o seu maior desafio em 2020? O que espera conquistar?
Meu maior desafio é jogar os Jogos de Tóquio. Para o Vasco, é virar titular e me firmar como titular durante ano. Espero conquistar tudo. Se eu não acreditar em mim, ninguém vai.