Há seis meses em Belo Horizonte, Richarlyson recebeu a equipe do \"Tá em Casa\" em sua residência e não fugiu de temas polêmicos.
- Tem algumas coisas que eu acho que incomodam as pessoas. Eu não falo palavrão. Para a ala masculina, isso é uma afronta. Só que eu não vou mudar. Quando eu era criança, as amigas da minha mãe falavam assim: \"Nossa, que filho que você tem. Que educação.\" Isso para a sociedade é talvez ser meigo, gay, afeminado. E o meu jeito de vestir. Eu me visto da maneira que eu gosto - disse ao \"Tá na Área\".
Muito apegado à familia, o jogador faz planos de ter um casal de filhos no futuro, relembra a infância no sul do Brasil e a relação com o irmão Alecsandro, atacante do Vasco. Com quase dois anos de diferença de idade, o mais velho teve que ir à escola do volante do Galo, em Bento Gonçalves (RS), para defendê-lo.
- Meu irmão foi mais do que meu amigo. Eu sofri bullying na infância. Os únicos negros da escola éramos eu e meu irmão. Um dia, um cara mais alto chegou e xingou a minha mãe de macaca. Eu liguei chorando para o meu irmão e ele foi tirar satisfação com o menino. Depois disso nunca mais mexeram comigo.
Richarlyson recebeu Vanessa Riche em sua casa em Belo Horizonte (Foto: Divulgação SporTV)
O jogador afirma que após o episódio pensou em abandonar a escola e, hoje, é contra qualquer tipo de preconceito.
- Eu acho rídiculo qualquer maneira preconceituosa. Seja por sexo, credo ou cor, cada um vive feliz da maneira que acha. Todo mundo tem que respeitar a individualidade do ser humano.
O futebol está no sangue da família. Filho de Lela, campeão brasileiro pelo Coritiba, em 1985, e irmão de Alecsandro, atacante do Vasco, Richarlyson afirma, antes da finalíssima da Copa do Brasil entre os dois clubes, que o melhor jogador de futebol da família é o pai.
- Eu costumo dizer que eu e eu irmão somos enganações. Meu pai jogava muito. Ex-jogadores falam que se eu e meu irmão jogarmos 10% do que ele jogou, seremos craques.