Na noite desta quinta-feira, o Bom Senso FC manifestou apoio aos jogadores do Náutico, que pedem o pagamento de dívidas do clube referente ao direito de imagem do mês de setembro, que deveria ter sido feito no dia 30 de outubro. O movimento afirmou em nota oficial que o Campeonato Brasileiro seria paralisado "caso existisse alguma tentativa de retaliação aos atletas e o não pagamento da dívida". O elenco do Timbú foi a público e estipulou um prazo para a diretoria do time pagar os salários atrasados. Caso essa data não fosse cumprida, o grupo garantiu que não entraria em campo no domingo, contra o Vasco.
Em participação no programa "Arena SporTV" desta sexta-feira, o gerente de futebol do Náutico, Lucio Surubim, disse que não houve greve oficial por parte dos jogadores e garantiu que tudo deve ser resolvido hoje mesmo, em reunião com a diretoria. O dirigente já havia dito que o clube não tem condições de quitar as dívidas no prazo estipulado pelos atletas, mas espera entrar em um acordo na tarde desta sexta com os envolvidos.
- Hoje à tarde teremos uma reunião com os jogadores. O Náutico não tem condição de arcar com esse dinheiro. Mas vamos ver, vamos conversar para tentar chegar a um consenso. Ontem antes de começar o treino eles se reuniram e nem sabíamos o que era. O Thiago Real e o Leandro me disseram que não haveria greve e que apenas falariam com o presidente. Mas até agora os jogadores não disseram nada, não comunicaram que haverá greve e estamos esperando a reunião de hoje à tarde. Concordo com os jogadores, não é uma situação boa. Trabalhamos e temos que receber, mas não concordo com a atitude deles, radical assim. Com certeza estão sendo influenciados, orientados pelo Bom Senso FC.
O movimento Bom Senso FC é formado por atletas que buscam melhorias e reivindicam mudanças no futebol. Surubim diz concordar com a iniciativa dos jogadores, mas acredita que o Timbú foi usado como bode expiatório e critica organização por não olhar para clubes que, segundo ele, estão em situação muito pior em relação ao pagamento do salário do elenco.
- Sou a favor do Bom Senso, mas essa atitude que eles tomaram foi muito radical. Tem equipes do Brasil que estão muito pior. Mas vamos ver se começando pelo Náutico, a situação melhore para todo mundo e seja bom para o futebol brasileiro e para todos nós. Espero que a atitude seja tomada com todos os clubes e não só com o Náutico, que foi usado como bode expiatório – concluiu o gerente de futebol do Timbú.