Futebol

Roberto Dinamite comenta Copas de 78 e 82 e lista gols importantes

Quem viu Roberto Dinamite jogar foi um privilegiado. Um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro - tem 754 gols contabilizados - ele foi um centroavante que tinha a exata noção do espaço e da colocação na área e fora dela para marcar com chutes certeiros e indefensáveis os mais belos gols da história do Vasco, do Maracanã e da Seleção.

Roberto era, além de tudo, um exímio cobrador de faltas. Dos dois lados da área, resultado de muito treinamento e a técnica que foi adquirindo durantes os anos, como a maneira de bater na bola, o jeito de colocar o pé de apoio e da reação já sabida do goleiro.

Todos esses componentes fizeram de Roberto um dos cobradores mais eficientes de falta do Brasil. A ponto de até hoje, abordado na rua, receber quase sempre a mesma observação.

- Sou Flamengo (ou Fluminense ou Botafogo), e quando havia falta contra o meu time, eu já sabia que ia ser gol. Tinha muito medo da sua cobrança.

Na maioria das vezes era mesmo. Roberto não gostava de cobrança muito perto da área. Chutava pelo alto ou rasteiro e, na maioria das vezes, deixava o goleiro sem ação.

Par ao site CBF, ele contou os cinco gols que considera os mais bonitos ou marcantes pela Seleção Brasileira.

- Alguns gols não foram nem os mais bonitos. Mas foram marcantes, pela importância que tiveram naquele momento.

23/5/1976 - Brasil 1 x 0 Inglaterra - Torneio Bicentenário dos Estados Unidos.

"Este foi um gol que nem muito bonito foi, mas por ser a minha primeira convocação e o da vitória no último minuto em um jogo que estava complicado contra a Inglaterra." (Roberto entrou no segundo tempo no lugar de Neca). "Foi depois de uma cobrança de escanteio. A bola foi parar na direita, o Gil mandou para a área, e eu estava no lugar certo para conferir, chutando forte no meio do gol.

31/5/1976 - Brasil 4 x 1 Itália - decisão do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos

A Itália abriu o placar com Fábio Capello. Gil virou para o Brasil, com dois gols, Zico fez o terceiro e Roberto fechou a goleada.

"O Getúlio cruzou da direita, matei no peito, cortei o zagueiro italiano para o meio e chutei de curva. Foi um belo gol."

Copa do Mundo de 1978 - Brasil x 0 Áustria

A Seleção Brasileira empatou os dois primeiros jogos da Copa: 1 a 1 contra a Suécia e 0 a 0 contra a Espanha. Precisava vencer a Áustria para se classificar para a segunda fase. Roberto, que era reserva de Reinaldo, entrou no time e fez o gol da vitória.

"Foi outro gol marcante, porque deu a classificação ao Brasil. Foi parecido com o primeiro, marcado contra a Inglaterra. Recebi o cruzamento, matei no peito, driblei o zagueiro Pezzey e chutei no canto."

Copa do Mundo de 1978 - Brasil 3 x 1 Polônia

"O gol valeu pela beleza e emoção de todo o lance. A bola custou a entrar. Primeiro, o Jorge Mendonça chutou na trave. No rebote, o Dirceu chutou novamente na trave. Aí não teve jeito. Sobrou para mim, e eu fuzilei."

9/3/1977 - Brasil 6 x 0 Colômbia - Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1978

Roberto fez dois gols neste jogo, ambos em tabela com Zico. Marinho Chagas, também com dois gols, Zico e Rivelino completaram o marcador.

"O primeiro foi o mais bonito. Tabelei com o Zico, fui derrubado, levantei, ele prosseguiu com o lance, me deu o passe e bati de perna esquerda, sem defesa."

O gol que ele lamenta não ter marcado

Brasil 0 x 0 Argentina- resultado que acabou tirando o título de campeão do mundo de 1978.

"O Zico me fez um belo lançamento, da intermediária, entrei pela esquerda, chutei certo, cruzado, mas a bola desviou no ombro do Filllol."

A Copa do Mundo que ele não jogou

"Não sou de guardar mágoa de treinador, nem de ninguém, mas não ter jogado a Copa do Mundo de 1982, quando estava no auge da minha forma, foi a minha grande frustração pela Seleção. O Telê me chamou para o lugar do Careca, que se machucou nas vésperas do Mundial, mas não me pôs no banco de reservas em nenhum jogo. Com aquela seleção, aquele time que era espetacular, eu acho que teria rendido bem e feito os meus gols. Mas, como bem diz o torcedor, o acho e o se não jogam".

Fonte: CBF
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