O goleiro Roberto não esconde de ninguém a sua paixão pelo Vasco. Ela chega a influenciar a atitude do jogador em campo, que costuma gritar e até mesmo xingar os companheiros em busca de um bom posicionamento e de afastar o perigo que ronda o seu gol. Confirmado como titular da equipe da Colina na partida do próximo domingo, contra o Náutico, em São Januário, ele acha que chegou o seu momento de ficar de vez com a camisa 1.
Um dos últimos a deixar a Granja Comary, Roberto atendeu os jornalistas e revelou uma situação curiosa: já chorou copiosamente pelo Vasco por causa de uma derrota. Para piorar, ele sequer era o titular na partida. Em uma conversa, ele falou de seu jeito dentro de campo e de como se tornou goleiro.
O que você está achando da preparação do Vasco na Granja Comary?
“Está dando resultado. Em São Januário, você treina e vai embora para casa. E aqui você tem que se entrosar na marra. Depois do jantar, o pessoal fica conversando e você sempre acaba sabendo a história de vida de um ou de outro. O pessoal relembra histórias do juvenil, dos juniores. Esse convívio é bom e a gente espera dar uma fortalecida no grupo.”
Você acha que chegou o seu momento para ser titular do Vasco?
“Procuro jogar cada partida muito bem, dou o meu máximo para ser titular do Vasco. Quem conhece a minha história no futebol sabe disso. Nos últimos jogos, pensei comigo: agora vai. Mas não foi. Voltei para o banco. Agora eu penso: será que vai agora? Vou ter mais uma oportunidade, mais uma chance. Vou procurar me firmar dessa vez. Falei que eu queria ser titular, que estava bem. Joguei quatro partidas e vou ter mais uma chance.”
E você está confiante para ser titular?
“Se me derem essa confiança, eu vou ser titular do Vasco. Sempre jogar e vencer. Nunca gostei de perder. Por isso, sou goleiro. Nunca gostei de ver um cara em uma pelada ficar levando gol, gol, gol, e não se importar. Eu mandava ele ir para linha, e eu mesmo ia para o gol. Seu eu vou jogar, não gosto de perder.”
Você costuma gritar e xingar os seus companheiros. Como eles lidam com isso?
“Primeiro, se ele me entender mal, ele não é meu companheiro. Tem hora que tem que xingar, mas eu também vou ser xingado. Se um cara acha que estou gritando para o mal dele, ele não é meu companheiro. Durante os 90 minutos, temos a chance de mudar a história de um jogo. Não adianta jogar mal, não correr, e chorar a derrota no fim da partida. Dê a vida ali dentro. Ali fora, acabou.”
E o Roberto já chorou pelo Vasco?
“Já chorei muito pelo Vasco. Vou dizer um dia que eu chorei. Quando o Vasco foi eliminado da Copa do Brasil pelo Sport, eu chorei muito. Fui para um canto do vestiário, não deixei ninguém me ver, e chorei. Chorei uma outra vez também, mas não vem ao caso.”
E quando vai pintar um choro de alegria?
“O choro de alegria vai acontecer quando eu levantar um caneco pelo Vasco. Aí sim, vocês (imprensa) vão me ver chorando.”
Como surgiu a sua paixão pelo Vasco? Você é catarinense.
”Na minha cidade, a metade é Vasco e a outra metade é Flamengo. Quando a gente perdeu a Copa do Brasil, o pessoal de lá quase explodiu o meu prédio. Quando eu era criança, o meu tio me deu um uniforme do Vasco. Eu tinha uns seis meses de idade e ganhei uma camisa do Vasco.”