A diretoria vascaína passou a noite tentando convencer o executivo Rodrigo Caetano a não deixar o clube.
A invasão de campo por torcedores foi a gota d\"água.
Mas o executivo não parece disposto a rever sua decisão.
Rodrigo não suporta mais a postura passiva dos dirigentes e sente-se isolado na administração do futebol.
Assume compromissos financeiros que não saldados no prazo pela diretoria.
Usa seu prestígio com dirigentes, empresários e jogadores para trazer jogadores para São Januário.
Reage contra injustiças cometidas pelas arbitragens e combate com veemência ações políticas de oposição.
Como se não fosse bastante, ainda se vê obrigado a conter a ira de baderneiros transtornados.
E aí, é aquele tal negócio que já venho alertando neste espaço.
Como tem sido assediado pelo presidente da patrocinadora do Fluminense e pretendido pelo Flamengo _ só para não citar investidas de Atlético Mineiro e Palmeiras, um dia o pote entorna.
Se não deixar o Vasco agora, Rodrigo Caetano não estará fazendo em respeito à instituição e em honra aos compromissos firmados com parceiros e colaboradores até o final do ano.
A renovação de contrato, porém, dificilmente acontecerá _ salvo mudança radical na postura dos vascaínos.
O profissional mais cobiçado do futebol brasileiro não consegue entender a complicada politicagem interna, a falta de comprometimento dos conselheiros e a miopia dos torcedores.
O bando de desocupados que invadiu o gramado de São Januário, repetindo episódios lamentáveis já ocorridos no Flamengo, no Fluminense e no Botafogo, conseguiu o que queria: piorar o que já era ruim.
Depois, querem entender por que o meia Juninho Pernambucano não quis regressar ao clube.
Ou sonhar que Abel Braga abra mão do contrato milionário com o Al Jazira em nome da relação com o clube.
Mais, até: querem cobrar a contratação de um craque _ que craque encararia momento tão difícil?
Os desqualificados que nesta terça-feira invadiram o local de trabalho alheio não perceberam que o Brasileiro está apenas na terceira rodada e que o tipo de protesto não traria benefício algum ao clube.
Azar do Vasco.