Ex-jogador de Grêmio, e Juventude, Rodrigo Caetano tem muito mais destaque fora das quatro linhas do que teve como atleta. Como diretor executivo do Vasco, trouxe o time de volta à Série A e mesmo como cartola tem o carinho dos torcedores, tanto a campanha \"Fica Caetano\" foi criada no Twitter para que ele não aceitasse a proposta do Grêmio no início do ano.
Extra: Por que o início de ano do Vasco foi tão turbulento? A demora na sua renovação atrapalhou no planejamento?
Rodrigo Caetano: Esperávamos que tivéssemos um inicio superior aos concorrentes. Acreditávamos na manutenção da base e no trabalho da comissão técnica. Foi realizada uma temporada de qualidade e que para nossa surpresa os resultados ruins aconteceram em seqüência. No primeiro jogo, perder em casa transferiu ao time, por esse período de falta de títulos, uma intranqüilidade. Foi a instabilidade emocional que nos fez ter essa seqüência negativa. Mas tudo que tínhamos de fazer em termos de planejamento foi feito e o trabalho da comissão técnica anterior foi de alto nível.
Extra: A eleição em abril atrapalha seu trabalho?
RC: Eu sou contratado do Vasco. Meu compromisso é com Vasco, independente de qualquer facção política. Meu contrato não tem multa rescisória. Fui convidado pelo Roberto, por minha identificação com a atual administração, mas eu sou profissional, sou remunerado. Em relação a eleição vou procurar ficar à parte disso e, no momento certo, ver se é de interesse continuar ou não. Não há nenhuma cláusula que não permita minha saída em caso de mudança.
Extra: Por que a saída de PC Gusmão não foi feita no final do ano passado?
RC: Nos preparamos bem na pré-temporada. Não é que tenha sido responsabilidade do PC ou de quem quer que seja. O trabalho de preparação foi excelente e a comissão era de alto nível. Trabalhamos numa área onde o resultado de campo, às vezes, é supervalorizado e acaba interrompendo um trabalho. O PC foi mantido por pura convicção da direção de que o trabalho era bom. Os resultados não aconteceram e houve a necessidade da mudança. Não dá para identificar a manutenção dele como motivo das derrotas.
Extra: A contratação de Alecsandro não deu certo. Qual o plano B?
RC: Existe uma cobrança em relação a grandes nomes, grandes projetos. Como profissional vou trabalhar dento do que era possível, como era o Alecsandro. Trata-se de um artilheiro, com um numero elevado de gols, mas infelizmente a negociação não avançou e vamos seguir a busca. Essa carência já era de PC Gusmão e se mantém com o Ricardo. É um meia de ligação e um homem de ataque.
Extra: Os argentinos Dátolo e Palacio podem chegar?
RC: Foram oferecidos, mas pelos valores, até o meio do ano, estão fora da realidade.
Extra: E quanto ao Juninho Pernambucano?
RC: É uma situação viável, que vem sendo tratada com o presidente, até mesmo porque o contrato dele está perto do fim. Mas como aconteceu no ano passado, vai depender da vontade pessoal e profissional dele. É uma possibilidade que existe desde que exista dele a mesma intenção. Sempre existiu conversas. Hoje em dia é muito mais passar segurança para ele. O projeto de marketing viabiliza os recursos que dão garantias a ele. Mesmo sem o marketing é pe possível elevarmos nossa folha para um jogador desses.
Extra: Você é muito querido pelos torcedores. Como surgiu esta relação?
RC: Acho que é pela dedicação que eu mostrei no Vasco. O próprio torcedor se identificou por alguém que lutava pelo clube. Eu só espero que este reconhecimento e respeito permaneçam nas situações de adversidade porque não é pelos resultados não terem vindo que diminuiu o comprometimento.