Ex-jogador das divisões de base do Vasco, Rodrigo Dinamite entrou no fim do ano passado com ação trabalhista contra o clube. O processo está no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região e teve audiência de conciliação nessa última quinta-feira, porém, sem acordo. Filho do ex-presidente Roberto Dinamite, ele jogou no clube entre 2010 ao fim de 2014, pouco depois do fim do mandato do pai. Rodrigo cobra três meses de salário atrasado - outubro, novembro e dezembro de 2014 -, além de verbas trabalhistas e rescisórias que não recebeu no período em São Januário.
Hoje com 23 anos, Rodrigo assinou primeiro contrato com o Vasco em fevereiro de 2010, com validade de três anos. No último ano da gestão Dinamite, o garoto firmou novo compromisso, com aumento salarial para R$ 5 mil até dezembro de 2014, quando o presidente eleito já era Eurico Miranda, sucessor e desafeto do pai no poder do Vasco.
- Temos a ação desse menino, mas a decisão foi adiada. Ele entrou alegando a dívida, vamos avaliar e apresentar nossa defesa. Se realmente houver, vamos pagar. É tudo ainda da gestão do pai dele - disse o vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis.
O GloboEsporte.com tentou contato com o advogado de Rodrigo Dinamite, Luiz Gustavo Menezes Ribeiro, mas não conseguiu encontrá-lo. Na ação, o jogador afirma que nunca recebeu férias, 13º terceiro salário e outras verbas trabalhistas durante os cinco anos em que atuou nas divisões de base do clube.
Em trecho do documento, o filho de Dinamite lembra que não teve depositado na conta valores de FGTS e ainda cita "ilegalidade de descontos efetuados" do INSS do jogador durante a administração do próprio pai.
"Durante toda a relação contratual havida entre as partes, o reclamado realizava os descontos mensais no contracheque do Reclamante, sob alegação de que se referiam ao INSS. Ocorre que tais recolhimentos jamais foram honrados perante ao órgão competente. Portanto, não restam dúvidas quanto a ilegalidade dos descontos efetuados, razão pela qual deve o autor ser indenizado por todos os descontos realizados, devidamente atualizados, bem como pela apropriação indébita realizada pelo réu."
A ação de Rodrigo ataca a gestão Dinamite - sem citar o antigo presidente - e lembra que "é público e notório que nos últimos 05 (cinco) anos, o clube réu não efetuou de forma correta o pagamento dos salários da reclamante...sempre pagando os salários com dois ou três meses de atraso (ou até mais)". Por isso, "os fatos narrados tiveram nefastos impactos" no jogador, deixando o atleta angustiado, constrangido e humilhado, há cobrança também de indenização por danos morais e materiais. Além de um pedido de gratuidade de custas processuais.
Também sem referência direta a Eurico Miranda, há descrição de previsão orçamentária do Vasco em 2015 - com receitas de R$ 250 milhões - e críticas ao réu (Vasco), "conhecido pela inadimplência de suas obrigações, com uma famosa administração irresponsável por parte dos seus gestores soberbos, que tratam os seus funcionários com desrespeito de causar espanto, por saberem de sua hipossuficiência e necessidade".