Os gols marcados por Romário na partida contra o então Nova Venécia foram o resultado da boa fase de um jovem que mostrava potencial desde as categorias de base do Vasco. Antônio Lopes, técnico que chamou pela primeira vez Romário para a equipe profissional, lembra que a opção por ele também aconteceu por causa do momento difícil cruzmaltino.
- Pedi algumas contratações, mas o presidente Antônio Soares Calçada disse que não havia muito dinheiro. Então sugeriu que eu aproveitasse os jovens da base lembrou o treinador.
Capitão e ídolo do Vasco na época, Roberto Dinamite recorda que Romário, hoje tido como marrento, mostrou desde cedo muito talento e humildade.
- Ele era tímido, calado e sempre aberto a ouvir os conselhos dos mais velhos. Ele assimilou tudo muito bem e se destacou - disse.
A imortalizada camisa 11 do Vasco passou a ser exclusiva de Romário naquele mesmo ano de 1985. Antônio Lopes recorda que, embora tenha sido consagrado como um artilheiro, o Baixinho começou atuando como ponta-esquerda, já que Roberto Dinamite era o centroavante vascaíno.
- Ele entrou no time no lugar de Silvinho, que era o camisa 11, foi bem e não saiu mais do time. Assim, acabou adotando esse número mesmo depois de mudar de posição - explicou.
Antônio Lopes e Roberto, personagens importantes nos primeiros gols de Romário, demonstram ansiedade diante da proximidade do milésimo gol do atacante.
- Ele é o melhor centroavante que vi jogar e merece alcançar essa marca que poucos conseguiram destacou Roberto Dinamite.
Antônio Lopes espera estar perto de Romário quando ele chegar aos mil gols na carreira.
- Ficarei orgulhoso, porque acredito ter contribuído para esse feito.
Quero ver de perto o milésimo gol, cumprimentá-lo e lembrar os velhos tempos - disse Lopes.