Dois meses e 17 dias depois, ele voltou a treinar em São Januário. Recuperado da cirurgia no tornozelo direito realizada há cerca de um mês e bem-humorado, Romário entrou em campo, se alongou e participou, de cara, de um coletivo com os reservas. Com uns quilinhos acima, como ele próprio definiu, o atacante de 41 anos sentiu o esforço após tanto tempo.
Mesmo sem sentir dor alguma, o Baixinho garantiu que sua carreira, realmente, entrou na reta final.
Sem rodeios, como de praxe, Romário brincou ao dizer que faria o sacrifício de jogar mais alguns jogos graças a um pedido do filho Romarinho, que, na arquibancada, assistia ao retorno do pai ao lado de alguns colegas. A meta do Baixinho é perder os cerca de três quilos extras atuais nas próximas duas semanas.
– Eu estava até pensando em encerrar...de novo. Mas conversando com ele (Romarinho), vou fazer esse sacrifício (risos). Devo fazer mais alguns jogos, mas com certeza não vai passar deste ano – disse.
No final da atividade de 50 minutos, o Baixinho levou as mãos às costas algumas vezes, mas nada grave. Com um sorriso aberto, deixou o gramado acenando para um torcedor-mirim vascaíno que gritava seu nome. E não escondeu a alegria em reencontrar a bola.
– A saudade da bola é eterna. Isso estava me fazendo falta, é a coisa que mais gosto de fazer na vida.
Nem jogar as minhas peladas eu podia. Hoje, mais do que nunca, eu estou curado e feliz – disse.
Com a habitual língua afiada e o bom-humor em dia, ainda houve tempo para brincar com a Lei da Mordaça imposta aos jogadores por Eurico Miranda.
– Vou levar uma multa do Eurico, né? Mas tudo bem – disse, rindo.