Foi em Picos, cidade de 71 mil habitantes e a cerca de 330 quilômetros de Teresina, capital do Piauí, que o pequeno Romulo deu seus primeiros chutes no futebol. Veloz e magrela, ele não queria saber de marcação, o que fará hoje defendendo as cores do Vasco, às 16h, contra o Internacional, no Beira-Rio.
Na várzea, eu era atacante, mas quando fui para o Porto (de Caruaru) já era volante. Fazia uns golzinhos. Era rápido baixinho, magrinho lembra o volante, que tem em 2011 um ano de altos e baixos como o próprio Vasco.
Se o início da temporada do time foi péssimo, Romulo, apesar de estar sempre entre os titulares, não tinha o reconhecimento da torcida, que contestava seu futebol. Dez meses depois, o Vasco é líder do Brasileirão, foi campeão da Copa do Brasil e o volante, campeão do Superclássico das Américas pela seleção brasileira contra a Argentina quando foi titular. A força, ele tirou, de uma comida especial de sua mãe, dona Luciana:
Quando eu era pequeno, não gostava muito de arroz e comia muito feijão. Daí, minha mãe batia no liquidificador para fazer aquele caldo contou.
O frio na barriga antes da partida contra a Argentina não tirou a concentração do jogador, nem o pensamento em sua cidade natal.
Passa um filme na cabeça antes de a bola rolar. Fiquei pensando em Picos, nas muitas dificuldade que foram até chegar lá. Mas no momento em que a bola rola, tudo passa disse Romulo, que na infância era palmeirense e viu o algoz do time se tornar um sonho profissional:
Quando eu era moleque, gostava do Manchester United. Eu era palmeirense e assisti à final do Mundial Interclubes que eles ganharam do Palmeiras. Ali vi como o futebol deles era bonito de ver jogar.
Da infância em que nada faltou, ou sobrou, Romulo levou o jogo de bafo. Agora ele é um dos personagens do jogo em que batia as figurinhas da seleção brasileira.
Joguei muito bafo, gostava de figurinhas. A gente sonha em aparecer, se firmar na seleção. Nada é impossível.