“Eu vou torcer pro Vasco ser campeão, São Januário, meu caldeirãããão!!!” Um dos ‘engenheiros’ que construíram esse ‘caldeirão’ de São Januário, cantado em prosa e verso pela torcida do Vasco neste Brasileiro, é modesto.
Invicto na Colina desde que assumiu o cargo, no dia 16 de abril, Celso Roth admite que o jogo contra o São Paulo será seu teste de fogo no comando do time, mas faz questão de dividir essa invencibilidade com o seu elenco.
“Quando a torcida não critica o técnico nem o árbitro do jogo já é um bom sinal”, compara Roth, de bom humor, diante da invencibilidade de 10 jogos à frente do Vasco, em São Januário, desde que assumiu a direção da equipe.
“Até porque, quem constuiu esse caldeirão de São Januário, de que a torcida tem se orgulhado tanto, foram os jogadores. O técnico só trabalha nos bastidores, quando o palco se abre, são eles os encarregados de dar o show”, afirma.
Nem o rótulo de ‘retranqueiro’, que ele carrega ao longo da carreira — mas que sempre abomina — não parece mais incomodar o comandante da caravela cruzmaltina.
“O engraçado é que o São Paulo é líder do Brasileiro com a defesa menos vazada (apenas sete gols, em 24 jogos), mas tem um dos piores ataques do campeonato. Existe coisa mais horrível?”, indaga ele, numa espécie de auto-defesa.
Roth aposta na ‘magia’ de São Januário e na força da torcida no ‘caldeirão’, mas é consciente. “A atmosfera que nossa torcida proporciona, em São Januário, é altamente positiva. Mas atmosfera não gannha jogo. O time tem de fazer bem a sua parte”, determina.
Dizendo-se feliz na Colina, o gaúcho Celso Roth admite que pretende marcar seu nome na história do Vasco. “O São Paulo é o São Paulo porque o Muricy vem tendo uma seqüência há mais de dois anos de trabalho. O Vasco não tem isso há quanto tempo?”, indaga o treinador.
O ‘caldeirão’ da Colina tem tudo para ferver hoje. Além de torcer para o Vasco vencer e continuar na briga pelo pentacampeonato brasileiro, a torcida cruzmaltina tem outros atrativos para voltar a entoar: “São Januário, meu caldeirããão!!!” e acreditar na vitória sobre o ‘bicho-papão’ do campeonato.
1 — Desbancar o líder do Brasileirão, que não perde há 14 jogos, e manter a invencibilidade de um ano e 22 jogos, em São Januário.
2 — Superar o goleiro Rogério Ceni, que não sofre um gol há 808 minutos, em nove jogos (desde a vitória de 3 a 1 sobre o Juventude).
3 — Manter a supremacia sobre o time do Morumbi: nas 14 partidas disputadas em São Januário contra os são-paulinos, o Vasco venceu nove, empatou quatro e perdeu apenas uma, em 2000, ano em que conquistou o tetracampeonato.
“A nossa vitória sobre o São Paulo vai balançar todo o campeonato. Continuamos acreditando na conquista do título e vamos lutar até o fim”, garante Roth.
Embora aposte no poder de fogo do Vasco em casa, o técnico reconhece a fase áurea do São Paulo. Roth, porém, acredita que a torcida do Vasco fará a diferença.
“Nossa torcida tem sido maravilhosa e contamos com ela para o Vasco vencer esse jogo e continuar buscando seu maior objetivo”, disse ele, de olho no penta.
Primeiro gol de Leandro foi contra SP - Artilheiro do Vasco no Brasileirão com oito gols, mas há dois jogos sem marcar, Leandro Amaral tem bom presságio para voltar a balançar a rede do São Paulo. Foi contra o atual líder do Brasileirão que ele marcou seu primeiro gol com a camisa do Vasco: na derrota de 5 a 1, dia 4 de outubro de 2006, no Morumbi.
“O São Paulo não sofre gol há oito jogos, mas um dia a bola vai ter que entrar. E vou fazer de tudo para que seja agora”, afirma Leandro Amaral, otimista.
El Mago Conca está de volta ao time, após cumprir suspensão contra o Grêmio, mas Celso Roth ainda tem uma dúvida para definir a equipe que vai encarar o time do Morumbi: Perdigão não treinou, ontem, recuperando-se de uma pancada no tornozelo direito, e pode ficar fora da partida.
“O Perdigão não está vetado, ainda. Ele tem um edema no tornozelo direito, fez uma ressonância magnética e foi poupado do treino. Está em tratamento e só vamos decidir sobre sua escalação momentos antes do jogo”, informou o vice-presidente médico do Vasco, Pedro Valente.
Por ser feriado, a imprensa não teve acesso ao treino de ontem pela manhã, em São Januário. Mas caso Perdigão seja vetado, Roth tem duas opções: o meia Leandro Bonfim ou recuar Marcelinho, formando o ataque com Leandro Amaral e Alan Kardec.
Expulso contra o Grêmio e suspenso, o zagueiro Jorge Luiz será substituído por Rubens Junior ou Luizão.