Foi com certa ironia e sem muita preocupação que o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, encarou o ataque do Vasco após o erro de arbitragem no gol que deu ao Flamengo o título carioca, no último domingo. A diretoria cruz-maltina afirmou que entrará com uma série de processo, tendo como principal alvo a entidade, e buscará a anulação da partida decisiva. Em resposta, Rubinho desdenhou da tentativa judicial e também da ameaça de desfiliação ou escalação de um time sub-23 em 2015.
- O que postulam nesse caso é sem noção. Essa é a definição. Eles estão brincando. Sabe qual é a chance de conseguirem? Se for jogar com outro time, não cabe a mim apontar quem é titular ou reserva. Vocês sabem escalar alguém hoje em dia? Agora, desfiliação, anulação... não dá para falar disso - comentou, depois da eleição na CBF, no Rio de Janeiro.
O dirigente foi mais longe e reforçou que a entidade não está preocupada com o desfecho da atitude do Vasco e deixou claro que a vê mais como uma manobra para acalmar a torcida.
- O principal problema é querer responsabilizar a Ferj por tudo que acontece de errado. Ficar satisfeito com a turbulência, com o erro técnico, com o desajuste, ninguém fica. Mas não nos incomoda a ação judicial, é algo descabido. Qualquer aluno do segundo ano do supletivo e que milita no esporte sabe que é impossível ganhar isso - insistiu.
A revolta pelo vice-campeonato pode ter causado um prejuízo à sede da Ferj, que foi atingida por pedras na madrugada de terça-feira. Os vândalos não estavam uniformizados, e Rubens Lopes evitou apontar culpados, mas não deixou de relacionar o episódio com a derrota cruz-maltina.
- Nada deve ser resolvido com violência. Independentemente de quem foi, precisa ser punido.
Para encerrar o assunto, o cartola saiu pela tangente quando questionado se o aborrecimento era maior pelo fato de o Vasco ter passado de aliado a opositor em poucos dias na época de sua reeleição. De acordo com ele, até agora ninguém o procurou para explicar os motivos.
- Até então escuto um monte de gente falar. Quem me procurou? Não sei quem manda lá.
A filha do presidente da Federação do Rio, Luciana, rescindiu contrato de advogacia com o clube em meio ao intenso desgaste. Mas o pai garantiu que nada tem a ver com a história, lembrando que na época de sua entrada em São Januário, o Vasco também não o havia consultado.