A vitória do Vasco sobre o Caracas (VEN), por 1 a 0, pela Copa Sul-Americana, não foi brilhante, mas serviu para amenizar a crise e encerrou um tabu de 9 jogos sem vencer. Além disso, o time começou a esboçar a cara do técnico Ricardo Sá Pinto e a tendência é que o rendimento melhore com a assimilação do modelo de jogo por parte dos jogadores
Isso porque o português modificou aspectos que estavam enraizados no time do antecessor Ramon Menezes. A começar por Talles Magno. Grande joia do elenco, o atacante ganhou mais liberdade para flutuar no setor ofensivo. Antes, o jogador ficava preso à lateral do campo, como um autêntico ponta esquerda. Diante do Caracas, o posicionamento inicial foi o mesmo, porém com variações importantes, tanto que terminou o jogo como uma espécie de meia, jogando atrás do centroavante.
Outro mudança importante foi feita nas laterais. Taticamente, Henrique se comportava como um terceiro zagueiro e pouco passava do meio-campo. Já Yago Pikachu tinha total liberdade para avançar, porém não pela lateral, mas sim por dentro, como um meia. Agora o lateral-esquerdo também tem liberdade para atacar e em uma dessas subidas, acabou sofrendo o pênalti, desperdiçado por Carlinhos. Cayo Tenório, que ganhou a titularidade, segue com a função ofensiva, porém no setor da sua posição.
Por conta das características da competição (jogos ida e volta) o Caracas jogou fechado esperando o espaço para contra-atacar. Com isso a bola esteve com o Vasco durante grande parte da partida. No entanto, apesar das circunstâncias, o time conseguiu controlar o jogo e não sofreu grandes perigos, situação que não se via com frequência.
Confiança deu certo
As mudanças não são notadas apenas no aspecto tático. Ricardo Sá Pinto, em seu segundo jogo, deu oportunidade para Tiago Reis, que não recebeu sequer uma chance com Ramon Menezes, em 18 jogos em que comandou o Vasco. O atacante retribuiu a confiança e marcou o gol da vitória, despontando como mais uma opção ofensiva para o time.