O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Carlos Fonseca, foi o responsável por conduzir grande parte dos ritos para a constituição da SAF no clube. Com a recomendação expressiva dos conselheiros para a venda do futebol para a 777 Partners, na reunião da última quarta-feira, o trabalho do dirigente está finalizado sobre o tema.
Agora o Vasco precisa derrubar a liminar que suspendeu os efeitos da reunião do Conselho Deliberativo para que a AGE possa ser marcada pelo presidente da Assembleia Geral, Otto Carvalho. Antes da decisão concedida pelo plantão judiciário, Carlos Fonseca deu entrevista e criticou a judicialização que ocorre dentro do clube. Para o presidente esse caminho não é democrático.
“Não esperava uma votação expressiva. Esperava uma votação bem conturbada, mas notei algumas ausências que foram sensíveis, aqueles esperados para o debate, para o embate mais acalorado. Eu senti a ausência dessas pessoas. Talvez por isso o clima tenha sido diferente do que eu pensava. Esperava uma reunião mais aguerrida e mais longa. Esse aspecto fala intimamente com a questão da judicialização, que é excessiva no Vasco há muitos anos”, disse Carlos Fonseca, que completou.
“São quatro ações sobre o mesmo tema para ver se alguma emplaca. Quando você faz a sobreposição das pessoas que estavam e não estavam, que propõem e não propõem ação, você vê que muitas vezes abre-se mão de estar dentro do processo do clube, onde se tem vez e voz, de uma forma democrática, para se tentar de uma maneira judicial, buscando o convencimento de apenas um, o juiz, o desembargador, para obter aquilo que se quer. Isso é uma simplificação do trabalho que é o trabalho democrático. Poder de decisão dentro do clube é do associado. Vale todo o embate, toda discussão, todas as dúvidas, porque a partir disso que as pessoas vão decidir sim ou não e as pessoas que interessam são os sócios”.
Carlos Fonseca lembrou que os autores da ação que conseguiram a liminar para suspender a recomendação favorável do Conselho Deliberativo não estavam presentes na reunião.
“Os interlocutores da ação não estavam aqui, com a exceção do Rafael Landa, que participou e se ausentou na sequência. Eles estão na Justiça, porque não participam do debate, porque não ouvem? Ficam buscando outras vias. O clube está aqui. Reunião foi democrática, aberta. Quem quis falar, teve a oportunidade de falar”.
Além de Rafael Landa, outros quatro beneméritos são os autores da ação que conseguiu suspender os efeitos da reunião do Conselho Deliberativo. Egas Manoel, Antonio Porphirio, João Carlos Nóbrega de Almeida e Eloi Ferreira. Antes da reunião eles já tinham conseguido, também na Justiça, o direito de ter acesso integral aos contratos firmados entre Vasco e 777 Partners.