Na noite de terça-feira, o volante Jair desembarcou no aeroporto Santos Dumont para realizar os exames médicos e assinar contrato com o Vasco. A cena já se tornou rotina para os torcedores. O ex-Atlético-MG é o oitavo reforço para a temporada. Um número que impressiona e evidencia a nova realidade do clube. Agora SAF, o cruz-maltino investiu alto na reformulação do time: ao todo, já são quase R$ 87 milhões.
A cifra ilustra a diferença na estratégia da SAF vascaína em sua primeira incursão no mercado para as de Botafogo e Cruzeiro em 2022, ano em que aderiram ao novo modelo. Alvinegros e cruzeirenses, cada um a seu modo, fizeram investimentos bem mais modestos.
O Botafogo de John Textor até gastou dinheiro. Contratou Patrick de Paula junto ao Palmeiras por 6 milhões de euros (a compra mais cara da história do clube) e Victor Sá (ex-Al Jazira) por R$ 13 milhões. Mas as demais apostas foram em atletas sem contrato (caso de Tchê Tchê), que chegaram por empréstimo (como Cuesta e Lucas Piazon) ou de clubes de outras divisões do Brasil e de fora (Erison e Philipe Sampaio, por exemplo). Embora, em quantidade, tenha feito uma colheita maior do que a da SAF do Vasco, não chegou perto do dinheiro investido.
Relação semelhante com a do Cruzeiro de Ronaldo. Ao adquirir a SAF do clube mineiro, o ex-jogador precisou reformular o elenco, o que fez com que anunciasse muitos nomes. Mas a grande maioria deles pinçados de equipes que disputaram a segundona no ano anterior ou estavam em clubes menores da elite. Como a Série B era sua principal competição, não apostou em contratações de peso.
Na SAF do Vasco, a realidade é outra. Para contar com Jair, o clube vai pagar ao Atlético-MG 2,5 milhões de dólares (R$ 13 milhões hoje). Esse valor se soma aos 2 milhões de dólares (R$ 10,4 milhões) por Pedro Raul, aos 3 milhões de dólares (R$ 15,6 milhões) por Leo, aos 4 milhões de dólares (R$ 20,8 milhões) por Orellano, aos 3 milhões de euros (R$ 16,7 milhões) por Lucas Piton e aos R$ 10 milhões por Pumita.
Já Robson Bambu foi emprestado pelo Nice, da França. Logo, sem custos de contratação. Assim como De Lucca, cujo vínculo com o Bahia chegara ao fim.
Mas o investimento em reforços ainda deve crescer. Isso porque, embora o goleiro Ivan chegue inicialmente por empréstimo, o acordo com o Corinthians prevê metas que, se cumpridas, tornam a aquisição obrigatória. A depender do número de jogos que ele faça, o Vasco pode adquirir até 90% dos direitos.