Luiz Mello concedeu entrevista no CT Moacyr Barbosa terça-feira acompanhado de alguns dos diretores principais da SAF do Vasco. Um nome ausente foi o de Caetano Marcelino, em compromissos externos. O novo diretor comercial é peça-chave na engrenagem da empresa, já que tem negociações em curso para trazer novos patrocínios ao Vasco.
Marcelino foi tirado do Flamengo com a missão de repetir no cruz-maltino o salto que o rubro-negro conseguiu nas receitas. A consequência é diminuir o abismo que, atualmente, separa os dois rivais neste sentido: em 2021, a arrecadação do Flamengo com marketing e contratos comerciais foi de R$ 247 milhões; já o Vasco bateu os R$ 27 milhões.
A SAF acredita que esse número pode ser multiplicado. A confiança se deve à melhoria nas condições de negociação com a injeção de recursos da 777, que oferece maior poder de barganha.
Neste sentido, não está descartada a possibilidade de a empresa priorizar melhores contratos em vez de se concentrar na quantidade de parceiros.
— Temos uma série de patrocínios e esperamos que isso aumente. Para o Vasco, estar na Série A ou na Série B nunca fez diferença. O Vasco na Série B entrega mais do que muitos times na Série A — explicou o CEO Luiz Mello. — Antigamente precisávamos fechar um patrocínio para pagar um salário na semana seguinte. Agora temos mais tranquilidade para negociar.
Dez patrocinadores
Dos dez patrocinadores atuais do Vasco, seis (Pixbet, Vrau, Cartão Para Todos, Meta Soccer, Multimarcas e Tim) estão com o contrato no fim. A SAF deve renovar com a empresa de telefonia. Já a parceria com a Hebron vai somente até o fim do Carioca do ano que vem.
Três contratos são mais longos: o do Mercado Bitcoin (até dezembro de 2023), o do banco BMG (até dezembro de 2024) e o da Kappa (dezembro de 2024).
A fornecedora de material esportivo é ponto a ser tratado. As reclamações com a qualidade do material são recorrentes e o contrato, renovado dois meses antes da saída do presidente Alexandre Campello, é considerado ruim. Caso opte pela rescisão, o valor da multa é baixo para a realidade da empresa: R$ 6 milhões.
Caetano Marcelino chegou assumindo também o marketing, que era tocado por Vitor Roma no período pré-Sociedade Anônima de Futebol. Sob a sua gestão, já houve salto no valor dos contratos de patrocínio, de R$ 14 milhões para R$ 30 milhões. A equipe do departamento foi mantida, incluindo o gerente de marketing, Fábio Monterosso.
— Espero que a SAF, com mais estrutura e investimento, pegue o que deixamos e acelere a recuperação das receitas. Com o retorno à primeira divisão, a SAF vem numa hora boa para negociar novos contratos — acredita Vitor Roma.
Nesta quarta-feira, Paulo Bracks, diretor de futebol, deve se reunir com Jorginho e comunicar ao treinador que seu contrato não será renovado. A SAF já está no mercado atrás de um nome para comandar a equipe em 2023. A preferência é por um técnico estrangeiro.