Formação de atletas, gestão, ética, patrocínios, profissionalização e divulgação do futebol feminino foram os principais temas debatidos no evento que reuniu dirigentes, treinadores, jogadoras e apoiadores da modalidade.
Organizado pelo Vasco e pela Marinha, o encontro, realizado neste sábado, 26/3, traçou algumas propostas para o futebol feminino do Rio. Redução das taxas de adesão e organização de campeonatos locais estão as sugestões que serão levadas à federação estadual na próxima terça-feira, 29/3, quando clubes se reunirão para tratar do campeonato carioca 2011.
No entanto, a principal conclusão do evento, para mim, foi a necessidade de organização entre profissionais que trabalham em prol do futebol feminino. Ficou clara a vontade comum de que a modalidade deslanche no Rio e no Brasil. Mas as constatações de problemas se sobrepuseram à busca de alternativas para resolvê-los.
Como um jogo amarrado no meio campo, os clubes lançavam a responsabilidade para a CBF representada pelo Coronel Ronaldo que tocava de volta ou passava de lado para as federações locais, não representadas no encontro. Provocar esse debate entre profissionais envolvidos diretamente com o futebol feminino é fundamental.
Só que mais importante é identificar ações práticas que possam contribuir com o densenvolvimento da modalidade, independentemente da CBF ou das federações locais. Por meio de um esforço conjunto, é possível mobilizar outros atores importantes no cenário do futebol feminino nacional e promover iniciativas independentes que façam crescer a modalidade como um todo.
Por exemplo, falou-se sobre os custos de infraestrutura para um campeonato, que deveriam ser arcados pelos clubes ou pelas federações. Mas se os interessados em jogar um torneio se organizarem propondo formato, datas e locais seria possível apresentar um projeto de patrocínio da competição para uma ou mais empresas. A Bombrill fez isso recentemente, quando patrocinou o Torneio Internacional Cidade de São Paulo.
As alternativas são muitas, mas uma não pode ser considerada: a de seguir aguardando que a CBF ou as federações tomem frente desta causa. O próprio Coronel Ronaldo afirmou que a entidade respira a Copa de 2014. Se o futebol feminino não quiser aguardar até 2015, as pessoas envolvidas com a modalidade devem somar esforços e promover iniciativas que desenvolvam a modalidade.
Foi o recado que deixou Tadeu Correia, diretor de futebol sub-20 do Vasco e mediador do debate: Este encontro só terá validade se cada um de nós sair daqui com o compromisso de modificar alguma coisa em prol do futebol feminino. Concordo com ele. E acredito que com organização e disciplina é possível chegar no dia 14/5 data prevista para o novo encontro com propostas objetivas para serem colocadas em prática.