Depois de superar um obstáculo que parecia quase intrasponível - ao conseguir as certidões negativas com efeito de positivas na última semana -, o Vasco ainda tem mais uma etapa para cumprir antes de finalmente assinar o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal. A diretoria do clube negocia desde o início da semana em Brasília com o Banco Central uma forma para parcelar o pagamento da multa relativa à transferência de 1992 de Bebeto para o La Coruña, da Espanha. No início dos anos 2000, o Vasco e outros nove clubes brasileiros foram punidos e condenados por transações consideradas irregulares na ordem cambial do país. A pendência vale como Dívida Ativa da União, por isso vira um novo impedimento para o Vasco receber da Caixa os R$ 15 milhões do patrocínio.
O caso vascaíno foi novamente abordado nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, em Brasília. A direção vascaína, o presidente Roberto Dinamite e os diretores Cristiano Koehler e Gustavo Pinheiro estiveram em Brasília, participou da reunião no Congresso que promovo discussão a respeito do parcelamento dos débitos fiscais e tributários dos clubes brasileiros. O departamento jurídico espera resolver o assunto até o fim da semana, já com a solução a tempo de firmar o contrato com a Caixa. O Cadin (Cadastro Informativo de Crédito), do Banco Central, cobra a dívida vascaína para regularizar de vez as obrigações do clube - ao menos por enquanto.
Em 1992, o Vasco vendeu Bebeto por US$ 2,5 milhões para o La Coruña, porém, somente US$ 1,35 milhão entrou pelo Banco Central brasileiro. No início dos anos 2000, o Vasco foi condenado a pagar cerca de R$ 3 milhões de multa pelo caso, que tramita no judiciário desde aquela época. Para assinar com a Eletrobrás, em 2009, o clube passou pelo mesmo aperto, mas ofereceu o estádio de São Januário como garantia de execução fiscal. Desta vez, o Vasco deve oferecer parte do próprio contrato com a Caixa para a liberação da pendência.