A tentativa frustrada do Vasco em levar o Campeonato Brasileiro para o "tapetão" junto com Fluminense, Internacional e Coritiba foi marcada pelo isolamento do presidente Roberto Dinamite e intensa reprovação interna quanto ao processo comandado pelo departamento jurídico cruzmaltino. A atitude expôs o drama com o qual o clube de São Januário trata a luta contra o rebaixamento na competição nacional.
As quatro agremiações recuaram após constatarem a não existência de irregularidades nas inscrições de jogadores por Ponte Preta, Criciúma e Portuguesa, que teriam extrapolado o limite do uso de atletas transferidos. A repercussão negativa do episódio também foi fundamental para brecar a iniciativa da "virada de mesa".
No Vasco, o diretor jurídico Gustavo Pinheiro tomou as rédeas da questão desde o início. Ele foi procurado pelos advogados do Coritiba acenando com a possibilidade de Ponte Preta, Criciúma e Portuguesa perderem pontos no processo. As tratativas foram comandadas apenas pelos jurídicos dos clubes interessados no caso.
Desta forma, o presidente Roberto Dinamite não esteve envolvido no negócio. O mandatário só deu carta branca ao departamento jurídico e foi comunicado do fracasso na estratégia durante a última segunda-feira.
"Ele apenas nos pediu que verificasse a situação quando tomamos conhecimento do processo. Como não houve sequência, nem precisamos demandar maiores esforços", explicou o diretor jurídico do Vasco, Gustavo Pinheiro.
Além do erro no cálculo das possíveis irregularidades de Portuguesa, Ponte Preta e Criciúma na inscrição de jogadores, a reprovação interna dos conselheiros do clube pela atitude colocou a administração Dinamite contra a parede.
Pessoas próximas ao cartola deixaram claro que a iniciativa não foi bem vista pela torcida e que insistir com o caso poderia causar retaliações graves contra a instituição Vasco da Gama. Com isso, o clube arquivou suas pretensões e decidiu buscar dentro das quatro linhas a permanência na Série-A do Brasileirão. O próximo desafio acontece no domingo, contra o Náutico, às 17h (de Brasília), no Maracanã.