por Igor Rufini (@igorfrufini)
Vasco e Fluminense se enfrentam neste sábado para definição do primeiro finalista da Taça Guanabara. O time da colina possui a vantagem do empate, por ter se classificado como primeiro lugar em seu grupo.
Essa vantagem dá certo conforto aos cruzmaltinos. Mas é de extrema importância que esse conforto não se transforme em acomodamento. Porque acomodamento gera soberba, e isso se torna, na maioria das vezes, em grandes catástrofes.
É necessário, portanto, aos vascaínos usar o conforto da vantagem de um resultado de empate como trunfo. Trunfo para tirar aquela trivial ansiedade de marcar gol. Trunfo para dar tranquilidade de jogar com a posse de bola, tocar de lado e não ter afobamentos comuns de um jogo decisivo.
Não é fácil trabalhar numa situação como essa: conceitualização do conforto somente como algo vantajoso. Mas é super importante que esse aspecto psicológico seja preenchido para que uma eventual conquista seja obtida.
Passado esse aspecto emocional, tangendo aos aspectos táticos, há novamente uma série de expectativas e recomendações.
A priori, é esperado que o gigante da colina venha em um 4-3-1-2, o mesmo usado na última partida diante do Duque de Caxias. A manutenção da equipe também deve ser adotada, juntamente a do esquema tático.
Nei pela direita, sendo um lateral mais marcador; Dieyson pela esquerda, saindo mais, porém com baixo aproveitamento ainda; Dedé e Renato Silva formando o miolo de zaga; com Abuda protegendo, e muito bem como vem fazendo.
Wendel e Pedro Ken fazem a faixa intermediária de meio de campo, marcando e apoiando pela esquerda e direita, respectivamente. Carlos Alberto fecha o meio de campo, jogando mais a frente, e fazendo muitas vezes até um papel de falso 9.
Éder Luís pela direita e Bernardo pela esquerda, jogando abertos e infiltrando diagonalmente em direção ao gol, dando opções de passe para Carlos Alberto, que nesse caso funcionaria como um 10.
Há instantes, no entanto, que Bernardo e Éder Luís permanecem abertos, ou até mesmo que só Bernardo centraliza. Nesse caso, Carlos Alberto infiltra na defesa adversária, se transformando em um 9.
Não entendeu todas essas variações? Com as figuras táticas a seguir tudo fica mais esclarecido:
As duas situações são importantes porque dão variância de jogo à equipe cruzmaltina. O que pode muito bem surpreender a defesa tricolor.
Depois de apresentar a tendência de jogo, uma outra hipótese de jogo será apresentada. Essa alternativa se consiste na transposição de Wendel para a lateral esquerda e a entrada de Dakson na equipe. Exatamente tal qual, Gaúcho fez na última partida do time e que, inclusive, deu um ótimo resultado.
Obviamente, a equipe ficaria mais ofensiva e consequentemente mais exposta. Como há a vantagem do empate, isso poderia gerar certa polêmica e medo. No entanto, há de se convir que o ganho em agressividade e opções ofensivas são bem mais significativos que as perdas defensivas, uma vez que Wendel não é uma peça tão fundamental na marcação do meio de campo.
Sendo assim, o time seria escalado em um 4-2-3-1, usado nas primeiras partidas dessa temporada, da seguinte forma:
O esquema contaria com um altíssimo grau de maleabilidade ofensiva. Carlos Alberto poderia ocupar uma posição de falso centroavante, que recua, abrindo espaços, e facilitando infiltrações dos três jogadores da linha ofensiva de meio de campo.
Apesar, porém, do 4-2-3-1 se demonstrar uma boa alternativa de jogo, o esquema 4-3-1-2 é a forte tendência vascaína para o clássico de amanhã. E Gaúcho e Ricardo Gomes estão certos quanto a isso. Num clássico como esse, e com a vantagem do empate, é necessário um ponto de vista racional, equilibrado e responsável. E é isso que o Vasco está buscando.
Agora é esperar para ver se o que está nas cabeças da comissão técnica vascaína vai ou não surtir o resultado esperado. E resta saber também se esse jovem time cruzmaltino terá a personalidade no seu primeiro jogo mata-a-mata.
Apostas e esperanças que só amanha poderão ser testadas.