Tecnicamente, perder Diego Souza seria ruim para qualquer equipe. O Vasco tem sentido isso na pele. A venda do meia para o Al-Ittihad (SAU), há três meses, acabou sendo vista como a chance de equilibrar as finanças do clube por algum tempo. Mas o tiro saiu pela culatra e o Cruz-Maltino, além de ficar sem os gols de seu camisa 10, continua sem ver o dinheiro.
O pagamento deveria ser feito em três parcelas. Duas já venceram. E nada de dinheiro. O jurídico acionou a Fifa, como forma de pressão. Na última semana, até chegou a ouvir de um intermediário que o Ittihad estaria disposto a acertar a dívida. Mas, até o momento, nada foi feito. Nenhum contato oficial.
É um jogador de muita qualidade. Faria falta a qualquer equipe. Como seria um bom dinheiro que entraria, isso não acontecendo, obviamente gera uma frustração. Não imaginávamos isso disse o diretor Daniel Freitas.
Sem o montante, o clube busca outras receitas. Alguns jogadores já estão há dois meses sem salários.
Esse dinheiro resolveria muitos problemas. Já deveria ter sido pago. Estamos esperando, queremos começar 2013 sem débito com os funcionários disse Nelson de Almeida, vice de finanças do clube.
A Traffic, detentora da maior parte dos direitos (77%; o restante é do Vasco) também está insatisfeita. Ao lado do clube, aguarda por uma posição dos árabes e estuda qual será o próximo passo, se o calote persistir.
Enquanto isso, o Vasco vê o rendimento em campo cair desde a saída de Diego. Neste Brasileirão, o aproveitamento do time era de 76%. A briga era pelo título da competição. Após a venda do meia, porém, esse número caiu para 53,8%. O time, hoje, luta para voltar ao G4.