E acabou que a Justiça deu ganho de causa para Jorge Salgado, de 73 anos, empresário com vivência no mercado financeiro, que dividia com o advogado do ramo marítimo Luiz Leven Siano a preferência dos sócios vascaínos.
Mais votado no pleito virtual de 14 de novembro, o homem que ajudou o então presidente Antônio Soares Calçada a sanear as finanças do Vasco no final dos anos 80 assumirá o comando do clube em janeiro, com a ideia fixa de estancar a dívida que fechará 2020 na casa dos R$ 700 milhões.
Conceitualmente, em termos administrativos, Salgado não fará nada muito diferente do que pretendeu Alexandre Campello, médico que assumiu o poder em 2018, quebrando a dinastia Eurico Miranda.
A base do grupo que o leva ao poder é, inclusive, formada por integrantes da facção política que ajudou o atual presidente a dar início a um processo de gestão transparente, implantado sob o controle de duas empresas de auditoria.
Salgado, no entanto, atuará com mais impacto nos custos, revendo a política de gastos, e nas receitas, atraindo investidores com os quais já tenta negociar.
Neste aspecto, o Vasco estará bem entregue.
O problema é que o novo mandatário não tem ainda o nome do executivo a quem confiará a gestão do departamento de futebol.
E não tem por que, em parte, perdeu tempo com a tóxica disputa política.
Quando se convenceu que o nome era o de Rodrigo Caetano, o "candidato" à presidência do São Paulo havia chegado na frente.
Neste final de semana, ele fará nova investida no executivo.
Mas as chances são muito remotas.
Ainda assim, tomara que repita o sucesso da política que ajudou a consolidar em 1986.
Um trabalho que levou o Vasco ao bicampeonato estadual (87/88), a um título brasileiro (89) e a troféus importantes em torneios de verão na Europa.
Apostando nos jovens que produzia, como Romário, Geovani e Mazinho, o Vasco acabou obteve ganhos técnicos e financeiros.
É tudo o que sonha repetir...