Ao que tudo indica, a instabilidade jurídica que ainda cercava o processo eleitoral do Vasco chegou ao fim. Com o pedido de arquivamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) do partido Solidariedade — por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli — o novo presidente do clube, Jorge Salgado, enfim, parece ter garantido sua paz para executar a gestão. Agora, o novo mandatário foca em livrar o Cruz-Maltino da dramática fuga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Durante a semana, o dirigente reuniu sua diretoria para traçar um "plano de 15 dias", elaborando medidas emergenciais no sentido de garantir tranquilidade ao time, que se encontra na 17ª colocação e a três jogos do fim da competição.
Após ter pago recentemente duas folhas salarias em atraso, Salgado estipulou uma premiação pela permanência. Tais planos foram traçados pelos principais integrantes da diretoria em consenso com o diretor-executivo de futebol do clube, Alexandre Pássaro. Todos os termos foram repassados ao elenco pessoalmente, antes do treinamento de ontem (12), no CT do Almirante. Na oportunidade, os jogadores também puderam opinar e ambos os lados saíram satisfeitos.
Além do aspecto esportivo e moral, a gestão tem a preocupação com todo o impacto financeiro que uma queda para a Série B irá gerar em termos administrativos para o próximo triênio do clube.
O plano de 15 dias
- Fim das folgas até o último dia de jogos;
- Concentração em dias alternados, aumentando o acompanhamento diário dos profissionais multidisciplinares junto ao elenco (maior monitoramento da qualidade do sono, alimentação, hidratação, apoio psicológico, etc);
- Aumento (em 2x) da carga total de trabalho;
- Antecipação de viagem para jogo em São Paulo contra o Corinthians;
- Inclusão de todos os atletas constantemente relacionados na delegação em jogo fora de casa;
- Reunião multidisciplinar diária para avaliações.
José Luis Moreira fica fora
Embora tenha o respeito de Jorge Salgado, o vice de futebol na gestão Alexandre Campello, José Luis Moreira, não participou do planejamento para os 15 dias. A situação foi um sinal claro de que o dirigente não está nos planos da nova gestão. A tendência é a de que a diretoria anuncie um novo vice-presidente para a pasta após o Campeonato Brasileiro.
Decisão jurídica era a mais aguardada
A ação do partido Solidariedade era o último grande processo que ainda gerava certa expectativa dos grupos políticos cruz-maltinos. Com o pedido de arquivamento por parte do ministro Dias Toffoli, o entendimento jurídico é o de que não há mais como ocorrer uma reversão que validou a vitória de Jorge Salgado na eleição vascaína que aconteceu no dia 14 de novembro de 2020.