Eleito no Conselho de Beneméritos do Vasco depois de ruptura com Julio Brant em janeiro de 2018, Alexandre Campello enfrenta rejeição da torcida e dá poucos sinais se será candidato à reeleição em novembro. A definição do atual presidente é parte do tabuleiro eleitoral em São Januário. O médico alimenta o desejo pela reeleição e aposta em ações de fim de mandato - principalmente a inauguração do CT em agosto, mês de aniversário do clube - para colocar o nome no jogo.
O comportamento de Campello interfere na movimentação dos postulantes. Com boa relação com o presidente, o grande benemérito Jorge Salgado preferia não enfrentá-lo nas urnas, mas está mais perto de definição sobre a candidatura - como quer e aposta o grupo "Mais Vasco".
O empresário ainda tem esperança de demover Campello da ideia por vê-lo em baixa com a torcida. Recentemente, Salgado emprestou recursos para pagar salários no clube - ele e o atual presidente ainda conversam sobre a composição desta dívida, como publicou o jornal "O Globo".
Candidato em 1997, quando perdeu para Antônio Soares Calçada (em uma das muitas eleições tumultuadas e cheias de acusações de fraudes no Vasco), Salgado foi cotado em 2014, mas desistiu - abrindo espaço para o surgimento de Julio Brant, ainda nome forte para ser candidato em 2020 pelo grupo “Sempre Vasco”.
Campello já disse a interlocutores que se sente merecedor de novo mandato - refere-se a aumento do número de sócios e realizações que pretende entregar, como abertura do CT. Além de memorando de reforma do estádio de São Januário, projeto ainda embrionário.
Salgado colocou o dia 15 de julho como data para definição sobre sua candidatura. Mas há expectativa de essa decisão sair antes. Caso o empresário do mercado financeiro não se candidate, Vitor Roma é o escolhido do grupo "Mais Vasco", que conta ainda com Adriano Mendes, ex-vice-presidente de controladoria de Campello.
Campello calcula suas chances em cenário político complicado. Depois de romper com Julio Brant durante o período eleitoral, o presidente viu o desembarque do grupo "Identidade Vasco", de Roberto Monteiro, nos primeiros meses de mandato. A última ruptura ocorreu no início deste ano, com a saída de Adriano Mendes e do ex-vice de finanças João Marcos Amorim, que hoje também integra o "Mais Vasco".
O atual presidente recompôs a diretoria com integrantes de grupos diferentes e avalia se a alta rejeição com a torcida - principalmente no termômetro das redes sociais - não se refletiria nas urnas.
O processo eleitoral do Vasco está apenas começando. Há dúvidas sobre as eleições diretas, que precisam passar pela Assembleia Geral. A Junta Eleitoral, com os presidentes dos poderes do clube, já fez algumas reuniões e cobrou de Campello na Justiça a lista atualizada de sócios. Ela veio depois de ação de Roberto Monteiro e Edmilson Valentim, respectivamente presidentes do Conselho Deliberativo e Fiscal do Vasco.
Hoje, existem cinco pré-candidatos na eleição do Vasco: Luis Roberto Leven Siano, Luis Manoel Fernandes, Fred Lopes, Nelson Medrado Dias e Augusto Ariston. Os grupos “Mais Vasco” e “Sempre Vasco” também devem ter candidatos. Historicamente, porém, vão às urnas apenas três chapas no dia da eleição em São Januário.