A Seleção Feminina recebeu o carinho de uma fã, neste sábado, na chegada ao hotel em Dusseldorf, na Alemanha. Cheia de cartazes, Maithê Cardoso foi receber Marta e cia e tentar um contato com as jogadoras. No pescoço, ela carregava uma credencial de voluntária do Mundial feminino. Nos olhos, admiração pelas brasileiras.
Aos 25 anos, Maithê faz doutorado em Ciência do Esporte e joga no Fortuna Wuppertal, da Alemanha. A paixão pelo esporte fez a jovem se inscrever para trabalhar na Copa do Mundo, mas a tietagem falou mais alto. A jogadora levou cartazes, pandeiro, bandeira e até o álbum de figurinhas da Copa feminina para conseguir ao menos uma foto ao lado das meninas do Brasil.
- Preciso tirar uma foto com elas. E se o treinador precisar de alguém, minhas chuteiras já estão aqui na mala brincou a meia-atacante, que não conseguiu se aproximar das atletas.
A história da jogadora não começou na Alemanha, e sim, no Brasil. Ela já passou por clubes como CFZ, Fluminense e Vasco, mas não conseguiu seguir a carreira devido a falta de incentivo ao futebol.
- No Brasil as meninas não se sustentam porque os treinos não são a noite. Aqui na Alemanha nós conseguimos trabalhar, pois só começamos o treinamento a partir das sete da noite disse Maithê.
A falta de incentivo ao futebol feminino no Brasil é um velho assunto que ainda assusta algumas jogadoras. A atacante Cristiane, por exemplo, sabe exatamente o que é conviver com as dificuldades do esporte.
- O futebol feminino depende muito de nós para sobreviver. Nós sabemos o esforço que temos que fazer para mantê-lo vivo. Passamos por muitas dificuldades até chegarmos à Seleção disse a jogadora após o treino deste sábado.
Com os olhos cheios de lágrimas, Maithê contou sua trajetória no futebol e revelou que pensou em desistir da carreira. Foi quando surgiu a oportunidade de jogar na Alemanha
- Eu estudei em colégio alemão e resolvi fazer doutorado aqui. Juntei o útil ao agradável. O futebol aqui é muito organizado. Ainda dizem que o Brasil é que é o país do futebol atacou.
Mesmo magoada com o futebol brasileiro, ela aposta em uma virada e faz um alerta.
- O futebol está crescendo em muitos países. Se o Brasil não acordar não vai sustentar o futebol feminino somente com talento - concluiu.