Futebol

Sem Dedé, Vasco sofre com lado direito e Fagner cai de rendimento

O discurso no Vasco é que, mesmo sem Dedé, o time consegue ter uma defesa sólida, capaz de barrar os ataques adversários, inclusivo o do Lanús, nesta quarta-feira, no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. De fato, Renato Silva, que foi deslocado para o lado direito, onde atua o Mito, não tem falhado, mas o lateral-direito Fagner sim. Foi em cima dele que o Botafogo construiu dois gols da vitória por 3 a 1 na final da Taça Rio. Foi também em cima do jogador que saiu o gol do time argentino, no primeiro jogo entre as duas equipes. O baixo rendimento do lateral, entretanto, pode ser explicado em parte pela ausência de Dedé.

Em grande fase, Dedé parece transmitir muita segurança ao lateral e costuma cobrir as investidas que os adversários fazem por seu lado. Tanto, que sem o Mito em campo, Fagner sobe muito menos ao ataque. Comparando-se os dois últimos jogos da Libertadores em casa (contra o Lanús e contra o Libertad, na primeira fase) e dois jogos decisivos do Carioca (na semifinal da Taça Guanabara, contra o Flamengo, e a final da Taça Rio, contra o Botafogo) percebe-se que o lateral, conhecido pelo seu poder ofensivo, avança muito menos.

Contra Libertad e Flamengo, em que Dedé esteve em campo, Fagner finalizou duas vezes contra os paraguaios e quatro contra o Flamengo (sendo uma de cabeça). Nos jogos contra Lanús e Botafogo, o lateral não deu sequer um chute a gol. Nas partidas com o Mito, o jogador levantou dez bolas na área (seis contra o Libertad e quatro contra o Fla). Sem o camisa 4, esse número cai pela metade (quatro contra o Botafogo e uma contra o Lanús). Nas duelos sem o zagueiro ao seu lado, o jogador ainda recebeu o amarelo em ambos.

- Na verdade, o Fagner está mal. Mas é óbvio que com o Dedé em campo, a possibilidade de ele aparecer para salvar e afastar o perigo são maiores. Aquela zaga com Dedé e Anderson Martins era a melhor do Brasil. Com a saída dele, caiu razoavelmente, mas, em compensação, o Dedé subiu muito de produção pela necessidade. Sem ele, o nível cai muito porque o Vasco tem dois alterais que são mais alas do que laterais. Eles não rendem tanto na marcação e aí precisa da cobertura dos volantes ou dos zagueiros e isso complica. Rodolfo até é bom zagueiro, mas não está em boa fase. Já o Renato Silva se vale mais da força e aí a coisa complica para o lado Vasco. Sem o Dedé, a defesa do Vasco fica frágil - analisa o comentarista André Rocha.

Dedé ainda não tem data para voltar. A expectativa era que já pudesse entrar em campo nesta quarta, mas as dores na fíbula da perna esquerda não cederam o quanto se esperava. O jogador ficará mais alguns dias na fisioterapia até ser liberado para treinar no campo com seus colegas. Não há prazo para a volta do jogador, já que depende da evolução do seu quadro clinico. Assim que estiver sem dor, vai a campo treinar. Por enquanto, a única certeza é que o jogador não terá condições de jogar na próxima semana, caso o Vasco siga na Libertadores e tenha jogo no meio de semana.

Sem contar com o Mito, Felipe pede que o time se ajude para conseguir a classificação. O camisa 6 não esconde que o zagueiro fará falta, mas aposta na força do conjunto para conseguir superar o Lanús em um jogo que será um grande teste para a defesa vascaína.

- Esse jogo vai exigir muito da defesa, muito na bola aérea. Temos dois laterais que não são muito altos. Têm um poder ofensivo muito bom, mas na marcação não são tão fortes quanto no ataque. Temos que estar bem postados para suportar essa pressão e a bola aérea. A bola aérea é um defeito da equipe do Vasco, ainda mais sem o Dedé que é um jogador alto. Por isso, tem que estar concentrado. Tem que prestar atenção. Não só o lado do Fagner, mas do lado esquerdo também. O Romulo está ficando mais atrás. Temos deixado a defesa muito exposta. Tem que ter a ajuda de todos.

Sem Dedé, o Vasco encara o Lanús no estádio La Fortaleza. Com a vitória, por 2 a 1, conquistada em casa, o Gigante da Colina joga por um empate em Buenos Aires, na próxima quarta-feira, para se classificar. Caso o time argentino vença por 1 a 0 ou por dois gols de diferença, segue na competição. Vitória do Lanús por um gol, mas com o Vasco marcando dois ou mais gols (3 a 2, por exemplo) dá a vaga ao time carioca.

*Colaborou Renata Domingues

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Fonte: ge
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