Sem recursos para realizar grandes investimentos, o Vasco recorrerá às divisões de base para suprir suas carências. Acostumado a trabalhar com jovens valores, Celso Roth tem acompanhado atentamente o movimento na base cruzmaltina. Depois de Guilherme, nomes como os do atacante Alan Kardec, do volante Mateus e do zagueiro Vilson já pipocam nos bastidores como os próximos de sua lista.
Mas a realidade é que desde 1996 que o clube não consegue realizar uma transição da base para os profissionais com sucesso. A geração encabeçada por Felipe e Pedrinho deixou saudades em São Januário, e só tem aumentado a ansiedade pela descoberta de novos craques.
- Felipe e Pedrinho foram as duas últimas grandes revelações. Eles conquistaram status de ídolos, conquistando títulos, como o da Libertadores de 1998. Bons valores surgiram depois, como Morais, mas é uma lacuna longa para um clube da tradição do Vasco. Daqui para a frente, apostaremos em garotos como Alan, Mateus, Vilson e outros - disse Nílson Gonçalves, supervisor de futebol do Vasco.
Com passagens pela Seleção sub-20, o zagueiro Vilson, de 19 anos, é tido como uma grande promessa. Assim como o volante Mateus, de 20, ele foi observados nos treinos desta semana.
- Temos de aproveitar as brechas. Roth é um técnico firme e quem não tiver personalidade, voltará para a base - disse Vilson.
Há dois meses entre os profissionais, Alan Kardec, de 18 anos, sonha em reeditar nos profissionais as atuações que lhe garantiram a prorrogação de contrato até 2012.
Base é mais usada na fase de vacas magras
De 1996 até 2007, o número de jogadores promovidos para os profissionais variou de ano para ano. Entretanto, os números não são diferentes por acaso. As temporadas de 1998, 1999 e 2000, quando o Vasco pôde contar com os dólares da parceria com o Bank of America, foram as que tiveram o menor número de jogadores recém-chegados dos juniores. Isso porque o clube tinha caixa para contratar reforços de nome para compor o elenco.
Porém, em 2001, quando a parceria terminou, o clube não teve como manter o alto nível de contratações e, cada vez mais, as categorias de base se transformaram numa fonte essencial de jogadores.
- O sucesso no aproveitamento da base depende do momento do clube. Acredito que alguns jogadores não vingam pela fase conturbada que o Vasco atravessou, como Léo Macaé, que na base era um fenômeno e não brilhou nos profissionais - disse Nílson Gonçalves.
\"Temos opções de muita qualidade\"
Nelsinho Rosa - Coordenador da base
Não é tão fácil ter revelações do nível de Felipe e Pedrinho. A mesma geração teve nomes que não se firmaram. Guilherme surgiu muito bem neste ano, mas há outras opções de qualidade. Celso Roth é atento e dará as oportunidades. É importante que o garoto tenha uma preparação psicológica para não sofrer um baque. Depois da geração de Felipe, tivemos outra que contou com nomes como Botti e Bóvio, que não vingou. Mas talvez Morais seja o último destaque.
QUEM É ELE
VILSON - Zagueiro do Vasco
Nome: Vilson Xavier de Menezes Júnior
Data e local de nascimento: 3/4/1988, em São Gonçalo (RJ)
Altura e peso: 1,89m e 79kg
Carreira: Revelado pelo Madureira e desde janeiro está no Vasco
MATEUS - Volante
Nome: Mateus de Oliveira Barbosa
Data e local de nascimento: 18/5/1987, em Ponte Nova (MG)
Altura e peso: 1,81m e 81kg
Carreira: Está no Vasco desde 2004, mas começou a carreira no Atlético Mineiro
ALAN KARDEC - Atacante
Nome: Alan Kardec de Souza Pereira Júnior
Data e local de nascimento: 12/1/1989, em Barra Mansa (RJ)
Altura e peso: 1,85m e 75kg
Carreira: Foi descoberto pelo Vasco num torneio em Barra Mansa, quando tinha dez anos, em 2000
REVELAÇÕES VASCAÍNAS DE OUTRORA
Em 1996: Subiram o atacante Brener, o lateral-esquerdo Felipe e os apoiadores Richardson e Pedrinho. Pedrinho e Felipe alcançaram a fama no próprio Vasco e chegaram à Seleção Brasileira.
Em 1997: Subiram os atacantes Luís Cláudio e Cristiano, os laterais-direitos Maricá e Filipe Alvim e o volante Fabrício Carvalho.
Em 1998: Subiram o apoiador Dias, o então volante Fabiano Eller e o atacante Dedé. Já fora do Vasco, Fabiano Eller foi deslocado para a zaga e chegou à Seleção.
Em 1999: Subiram os zagueiros Walkimar, Henrique e Géder e o apoiador Zada. Walkimar pouco jogou, enquanto Henrique e Géder foram titulares.
Em 2000: O goleiro Hélton foi o único alçado aos profissionais. Firmou-se como titular e hoje, está no Porto, de Portugal, além de ser o titular da Seleção Brasileira de Dunga na Copa América.
Em 2001: Subiram os apoiadores Siston e Botti, o zagueiro João Carlos, o atacante Ely Thadeu, além de Léo Lima e Souza, hoje no Flamengo.
Em 2002: Foram promovidos os volantes Gomes, Rodrigo Souto e Bóvio e o atacante Cadu.
Em 2003: Subiram o zagueiro Wescley, os volantes Ygor e Coutinho, o apoiadores Rubens e Morais e o atacante Anderson.
Em 2004: Subiram os laterais Claudemir, Thiago Maciel e Diego, o zagueiro Santiago, o volante Gomes, e o atacante André Lima.
Em 2005: Subiram o zagueiro Gustavo Breda, o apoiador Rafael e os volantes Ives e Osmar.
Em 2006: Apenas o atacante Bruno Meneghel jogou sua primeira partida como profissional, mas não se firmou.