Apresentado oficialmente na tarde de sexta-feira como reforço do Cruzeiro, o zagueiro Dedé fez o primeiro treinamento no novo clube na manhã deste sábado. Ele chegou ao centro de treinamentos do Cruzeiro antes das 9h, vestiu o uniforme e foi para um dos campos, onde fez atividades físicas, comandado pelos preparadores Quintiliano Lemos e Eduardo Freitas, na Toca da Raposa II.
Depois, Dedé foi para a academia do clube, onde fez musculação. O tempo total do trabalho foi de quase uma hora. O zagueiro deixou a Toca e foi para o Rio de Janeiro, não sem antes se encontrar com alguns de seus companheiros de clube. Segunda-feira, Dedé volta a BH, para se apresentar à Seleção Brasileira que enfrenta o Chile, em amistoso no Mineirão. Ex-companheiro de Vasco, Nilton elogiou a contratação do Mito.
- Fico feliz em poder ter a companhia mais uma vez de meu amigo Dedé. É legal ver a recepção que todos os torcedores fizeram para ele. Isso dá para ver o carinho que ele recebeu. É um grande zagueiro e uma grande pessoa, sem sombra de dúvidas. Nos vimos hoje de manhã, o cumprimentei e demos as boas vindas a ele, comentou o volante Nilton.
O goleiro Rafael também elogiou o reforço celeste
- O Dedé é um reforço de peso, que veio para agregar e tenho certeza que, com o trabalho que estamos fazendo, não só dentro de campo, mas com a diretoria, nós temos voos altos para alcançar. \"Quando nós chegamos hoje, ele já estava no vestiário, tinha acabado de treinar, todos nós o cumprimentamos e desejamos boa sorte a ele\" - disse.
Credora do Vasco, Fazenda bloqueia a transferência de Dedé ao Cruzeiro
Depois de Romário, a Fazenda Nacional é o novo obstáculo da venda já concretizada do zagueiro Dedé do Vasco para o Cruzeiro. Um oficial de Justiça bateu em São Januário nesta tarde de sexta-feira e depois seguiu direto para a Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) com um mandado de segurança que proíbe a transferência dos direitos federativos do jogador até a quitação de parte da dívida do clube carioca com a Fazenda. A assessoria da Ferj informou que vai cumprir a ordem judicial. Agora, o departamento jurídico cruz-maltino procura maneiras de derrubar o mandado de segurança.
Dedé já está em Belo Horizonte, onde foi apresentado pelo clube mineiro nesta tarde (assista ao vídeo acima), porém os problemas do Vasco continuam. Como disse o diretor geral Cristiano Koehler em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM no dia 12 de março, a Fazenda era um dos órgãos federais com o qual o Vasco ainda não tinha acordo de renegociação de dívida. Segundo Koehler, o clube chegou a dever mais de R$ 50 milhões somente à Fazenda. Hoje, a dívida está na casa dos R$ 30 milhões, depois de descontados os recursos bloqueados para o pagamento deste débito. O Cruzeiro já depositou na conta cruz-maltina parte dos R$ 14 milhões referentes aos 45% dos direitos econômicos do zagueiro a que o Vasco tinha direito. No entanto, o clube afirma já ter recebido e gastado todo o montante enviado pelos mineiros.
Os dois clubes foram pegos de surpresa com o novo problema. O Cruzeiro disse que ainda não foi informado sobre o entrave e que só irá se pronunciar após tomar conhecimento do fato. Já o Vasco recebeu um oficial de Justiça na tarde de sexta-feira em São Januário, mas o presidente Roberto Dinamite não quis assinar o documento sem o conhecimento do seu departamento jurídico. Entretanto, a diretoria garante não ter tomado conhecimento desse fato. O valor pedido pela Fazenda, motivo da visita do oficial de Justiça no Vasco, ainda é desconhecido.
- O Vasco não foi notificado ou recebeu qualquer comunicado oficial em relação a esse assunto. Nosso departamento jurídico está tentando saber o que aconteceu. Mas sinceramente não sei o que pode ser feito, pois o clube já recebeu toda a quantia relativa à negociação, a transferência foi realizada e o clube utilizou os recursos para pagar salários atrasados e outras das muitas dívidas do Vasco - afirmou Cristiano Koehler.
Dívida antiga
Em São Januário, as tratativas com a Fazenda Nacional para renegociação da dívida já duram meses. A ideia da diretoria é fazer um parcelamento de 20 anos de duração, de forma que as prestações não sejam superiores a R$ 100 mil. Dos cerca de R$ 200 milhões que o clube deve às esferas do governo federal, outros R$ 50 milhões ainda não estão em estágio de não execução. Ou seja, sem provocar novas penhoras.