Nesta segunda-feira os torcedores de Flamengo e Fluminense completaram um ano de saudade do estádio ao qual se referem como casa, o Maracanã. No dia 5 de setembro de 2010, Fla e Santos ficaram no 0 a 0 no último jogo antes de o \"Maior do Mundo\" ser fechado. No que diz respeito aos números, jogar longe do Mário Filho parece mais difícil para os tricolores. Todas suas médias de público em relação ao ano passado foram reduzidas. o Rubro-Negro, por sua vez, também teve diminuída sua presença na arquibancada, mas nada de brusco.
Entre 2010 e 2011, o pico de público apresentado pelo Fluminense se deu na primeira metade do Brasileiro do ano passado, quando ainda tinha o Maracanã a seu favor. No estádio, foram 11 jogos e 342.427 pagantes (média de 31.130 por partida). Neste período, a equipe foi bem, com seis vitórias e cinco empates (69,69% de aproveitamento) - não foram consideradas as participações de Fla e Flu nas Libertadores, de 2010 e 2011, pois nenhum dos dois a disputou consecutivamente. O mesmo critério foi aplicado em relação à Copa do Brasil e à Copa Sul-Americana.
Vale destacar a acentuada queda de presença por parte dos torcedores do Fluminense no Brasileirão. Se nos primeiros 11 compromissos de 2010, todos no Maracanã, a média foi de 31.130 pagantes, na atual temporada o \"amor ao Tricolor\" não é refletido de maneira tão maciça nas arquibancadas. Em 12 partidas, 125.125 pessoas (média de 10.427 por compromisso) pagaram ingresso para ver o Flu jogar. O desempenho decresceu: sete vitórias, quatro derrotas e um empate (61,11% de aproveitamento).
O ponto máximo dos tricolores no Engenhão durante a era \"pós-Maracanã\" deu-se na partida que pôs fim ao jejum de 26 anos sem títulos brasileiros. Em 5 de dezembro de 2010, o Flu contou com o apoio de 40.995 pagantes para vencer o Guarani por 1 a 0 e levantar o caneco.
Apesar de dono da maior torcida do Brasil e de ter terminado como clube com maior presença nos estádios em 12 edições do Campeonato Brasileiro, o Flamengo não tem números expressivos nos últimos dois anos. Sua melhor média foi registrada durante o primeiro turno da competição de 2010: 21.752 pagantes por duelo (239.270 no total). Isso talvez tenha a ver com a péssima campanha feita pelo time na temporada passada, sem títulos.
O melhor público do Maracanã às vésperas de seu fechamento foi registrado em um jogo entre Vasco e Fluminense, no dia 22 de agosto de 2010: 76.205 pagaram para ver o empate por 2 a 2. Este, aliás, foi o recorde de público do Brasileiro do ano passado.
Outro dado curioso fica por conta da força de um ídolo. O recorde dos flamenguistas no período \"pós-Maracanã\" foi estabelecido na estreia de Ronaldinho Gaúcho, no dia 2 de fevereiro de 2011, pela quinta rodada do Carioca: 42.108 pagaram para assistir à apertada vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu. Nem mesmo os públicos das decisões de Taça Guanabara e Taça Rio, contra Boavista (41.708 pagantes) e Vasco (39.029), respectivamente, superaram os números do primeiro encontro entre R10 e a \"Nação\" num jogo.
Coincidentemente o segundo maior público registrado pelo Flamengo após o fechamento do Maracanã ocorreu em outra data na qual o protagonista foi um herói rubro-negro. No dia 5 de junho deste ano, Petkovic participou integralmente do primeiro tempo da partida contra o Corinthians, que terminou em 1 a 1, pela terceira rodada do Brasileiro. Foram 42 mil pagantes na despedida do sérvio, com direito a mosaico para o jogador nas cores de seu país. R10 já havia recebido homenagem parecida, mas em sua chegada.
Em relação a estreias ou despedidas, Deivid debutou com a camisa rubro-negra justamente no último jogo antes da interdição do Maracanã. No empate por 0 a 0 com o Peixe, aliás, ele perdeu um gol nos moldes do \"Inacreditável Futebol Clube\". Veja o vídeo ao lado. O confronto, inclusive, foi o primeiro da dupla D2 (Deivid e Diogo), badaladíssima à época, junta dentro de campo.