Semana do Vasco é marcada por caso de polícia

Se já não bastassem os problemas financeiros, a pior campanha da história do clube na Taça Rio e a polêmica declaração de Dedé, que afirmou que funcionários do clube estão passando fome por falta de pagamento, o Vasco foi surpreendido, na quinta-feira, com a notícia do suposto sequestro e tortura de Bernardo.

Segundo as primeiras informações dadas pela polícia, o confusão teria ocorrido no domingo (dia 21), quando o meia teria sido sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo seria o envolvimento do jogador com Daiane Rodrigues, apresentada como uma das mulheres do chefe do tráfico da região, Marcelo Santos das Dores, o Menor P.

No entanto, algumas contradições começaram a surgir no caso. O meia teria sido salvo por Wellington Silva, que argumentou que se o jogador do Vasco fosse assassinado, \"a favela teria UPP no dia seguinte\". O lateral, porém, negou a informação, dizendo que esteve na comunidade, mas não encontrou com Bernardo. o lateral do Fluminense disse ainda que a confusão aconteceu na terça e não no domingo, como foi divulgado oficialmente.

O advogado do jogador disse que, para evitar exposição, Bernardo decidiu sair do Rio de Janeiro e que ele só vai se pronunciar sobre o caso após prestar depoimento à polícia, o que deve acontecer na próxima semana. \"Queria agradecer o carinho e a preocupação de amigos, fãs, torcedores e familiares. Agora minha preocupação é cuidar do meu joelho\", limitou-se a dizer.

Posicionamento do clube

O Vasco não vai se pronunciar sobre o caso. O diretor geral do Cruz-maltino, Cristiano Koehler afirmou que o clube, por meio de seu departamento jurídico, dará todo apoio ao jogador, que deve ser chamado para prestar depoimento na semana que vem.

\"O Vasco vai dar apoio ao Bernardo, até porque é um ativo do clube, um ser humano, com seus direitos e deveres\", disse o dirigente.

Torneio na América Central

Dentro das quatro linhas, o clube vai traçando o planejamento para o período de 36 dias sem partidas oficiais, iniciado no domingo passado, após o fim da participação do Vasco no Campeonato Carioca. Para não deixar os atletas parados até o início do Brasileirão, o Vasco trabalha com a possibilidade de disputar um torneio e jogos amistosos fora do Brasil.

\"Depois do início do campeonato (Brasileiro), teremos a Copa das Confederações, já tem tudo acertado para fazermos um torneio na América Central e estamos tentando outro jogo na América Central também, deverão ser quatro jogos também nesse intervalo da Copa (das confederações). Depois, voltaremos a jogar o Brasileiro e iniciaremos a Copa do Brasil\", revelou o diretor executivo do Vasco, René Simões.

O elenco vascaíno recebeu sete dias de folga da comissão técnica, mas serão descontados das férias de final de ano. Segundo René, a folga recebida pelos jogadores não foi por merecimento e ainda disse que o Vasco deve trabalhar o dobro no período.

\"O planejamento começa no período de férias, o que não é folga, folga se dá como premiação e nós não fizemos nada para merecer folga. Nós temos até que trabalhar dobrado\", acrescentou.