O Vasco segue se movimentando bastante no mercado da bola. Até o momento, anunciou quatro reforços para 2023 – Pedro Raul, Patrick de Luca, Léo Pelé e Lucas Piton. A tendência é que o Gigante da Colina feche com mais alguns atletas nas próximas semanas.
O lateral esquerda Piton veio do Corinthians. Além dele, outros dois nomes podem chegar do time paulista – Robson Bambu e Ivan. Diante destas possibilidades de mercado, o Vascaino.net, entrou em contato com o jornalista Victor Godoy (@victor__godoy), do ”MeuTimão”, que traçou perfis completos dos atletas.
Confira:
Ivan:
”O Ivan é um bom goleiro e tem uma idade legal pra posição (25 anos), então além de ser um cara para agora ainda tem também bastante tempo de carreira. Tem passagem por seleção de base (fez o ciclo olímpico inteiro praticamente, só não foi pras Olimpíadas de Tóquio porque deixou de ter menos de 23 anos e teve uma lesão em 2020, voltando às vésperas da competição) e principal (foi chamado pelo Tite em 2020, se não me engano).
No Corinthians teve uma passagem bem apagada por conta do Cássio. Ele chegou em 2022 numa situação que o Sylvinho já tava pressionado e depois o Vítor Pereira assumiu a equipe já na reta final do Paulista, então não teve grandes chances pra testar o elenco e, consequentemente, dar chance pra ele. Somado a isso ele falhou no primeiro jogo dele, contra a Portuguesa-RJ, na estreia do time da Copa do Brasil. Não foi um frango, mas falhou.
Depois foi envolvido na negociação pela vinda do Yuri Alberto e lá na Rússia segue sendo reserva, mas joga mais. Em seis meses fez cinco jogos, maior parte pela Copa da Rússia. Inclusive, no último jogo do Zenit antes da parada de inverno ele defendeu dois pênaltis, sendo essencial para a classificação da equipe.
Agora ele voltaria pro Corinthians sendo possivelmente a quarta opção, já que o Carlos Miguel foi muito bem quando precisou dele e tem o Matheus Donelli, que é um dos goleiros mais promissores que já saiu da base do Corinthians. Então pra ele é interessante também ir para o Vasco.
Em campo se destaca mais embaixo das traves – que é onde um goleiro tem que se destacar. Tem um jogo com os pés ok, mas nada demais.
Pensando nas opções que o Vasco tem pra posição, acho um acerto”.
Lucas Piton:
”O Lucas chega no Vasco no melhor momento da carreira. Desde a chegada do Fábio Santos, em 2020, ele vem crescendo bastante e a melhora tá sendo nítida. Tem só 22 anos também, tem uma margem legal pra crescer. Ele também tem passaporte italiano, então eventualmente pode surgir uma proposta da Europa (já teve no meio do ano, inclusive pelos mesmos 3 milhões de euros, mas como como Corinthians já tinha batido a meta de vendas da temporada e o VP é muito fã dele, elogiando constantemente em entrevistas, o clube segurou).
Cria do Terrão, ele tava no Corinthians desde os 7 anos e subiu para o profissional em 2019, se consolidando como opção em 2020.
Desde a base ele se caracteriza muito pelas ações ofensivas, até porque ele começou como ponta. Isso acabou gerando críticas de parte da torcida, porque defensivamente ele deixava a desejar em diversos momentos e falhava sim, principalmente entre 2019 e 2020. Aqui eu vejo mais como uma impaciência da torcida, já que eram os primeiros anos dele no profissional e aqueles times do Corinthians eram horríveis, o que não ajudava – inclusive, o fato daqueles times serem péssimos tem, de certo modo, a ver com as críticas individuais que ele sofreu.
Infelizmente ele ficou com esse estigma de mal-defensor, mas atualmente eu acho que não é tão assim. Tanto é que ele apareceu entre os líderes de desarme e interceptação dentro do elenco do Corinthians no Brasileirão 2022.
Acho que essa evolução tem grande participação do Fábio Santos, que acabou virando um “mentor” dele. Teve vez até que o VP escalou os dois juntos, ás vezes jogando o Piton pra lateral direita e às vezes colocando o Fábio como zagueiro, como foi na final da Copa do Brasil.
Em campo, ele se caracteriza pelo bom 1×1, buscando bem a linha de fundo para cruzar. Apesar de ter sido ponta ele não tem uma boa finalização, mas tem um bom toque de bola por dentro, jogando no meio-lado.
Pro Vasco eu acho que ele é um cara que chega pra ser 100% dono da posição e como tem contrato até 2026, ficando bastante e só saindo se for vendido. Claro, posso estar errado, mas acho que pode dar um bom casamento”.
Robson Bambu:
”O Robson começou se destacando bem no Santos e depois no Athletico-PR, onde venceu a Copa do Brasil de 2020. Depois foi para o Nice, da França, por 8 milhões de euros.
Lá ele começou tendo oportunidade, mas não se destacou e depois de uma lesão no tornozelo perdeu espaço. Foi assim que ele chegou no Corinthians.
Por aqui ele já começou com o pé esquerdo, porque logo na coletiva ele citou esse retorno pro Brasil como um passo atrás na carreira (não foi falando do Corinthians especificamente, mas pegou mal). Depois, ainda teve outros dois casos extra-campo: encontraram ele em uma casa noturna e depois teve a acusação de estupro envolvendo ele e um amigo. A acusação foi feita por uma jovem e depois foi arquivada (o UOL chegou a menina, lá tá bem explicado, mas no Meu Timão também tem um texto sobre).
Em campo o desempenho também não ajudou. O maior prejudicial, a meu ver, foi a expectativa gerada quando ele chegou, porque em teoria era pra ele ser o substituto do João Victor, que iria para o Benfica, de Portugal, no meio do ano. Característica por característica eles são muito parecidos, por isso gerou a comparação. No entanto, quando foi escalado não chegou perto do apresentado pelo JV. Entrava muito desligado em campo, parecia que não estava preparado e, consequentemente, falhava bastante, tando em momentos defensivos, como botes e posicionamento, quanto ofensivo, errando passes atrás que praticamente entregava o gol para o adversário.
Em campo mesmo, ele tem 1,85m, mas é rápido e tem uma boa passada larga. Em teoria tem um bom passe também.
O caso dele é mais complexo porque olhando o currículo dá a entender que ele é craque, principalmente por ter ganhado título, ter passagem pela seleção de base, ter jogado na Europa… mas, pelo menos no Corinthians, foi bem o oposto disso. Tanto é que só jogou 12 jogos na temporada.
No caso do Vasco eu acho que é bom ficar de olho, já que ele não convence há um tempo e vai ter ao lado o Léo Pelé, que fez uma boa temporada no São Paulo mas não era inquestionável na posição”.