Na Europa poucos sabem quem é. No Brasil é um mito vivo. O terceiro maior goleador da história do futebol brasileiro, apenas atrás de Pelé e Romário, começou a carreira simplesmente como Roberto mas rapidamente ficou conhecido para a posteridade pela inevitável alcunha: o senhor Dinamite.
Profeta vascaíno
Goleador de sangue frio, avançado rápido, possante, capaz de disputar cada lance como se fosse o último. Durante 20 anos foi o avançado mais completo do futebol brasileiro, um verdadeiro produto canarinho que nunca conheceu o reconhecimento fora das terras de Vera Cruz. Para além de craque no terreno de jogo foi sempre um activista militante contra a ditadura, fora dele, e desde 1993 que é deputado estadual. Hoje partilha o cargo legislativo com uma velha paixão, presidir o clube dos seus sonhos, onde fez quase toda a carreira, o mitico Vasco da Gama. É assim Carlos Roberto de Oliveira, para o mundo do futebol simplesmente Roberto Dinamite.
A alcunha veio dos dias em que era o maior goleador dos campeonatos juniores do Brasil. Estavamos em 1970 e já era a grande promessa do Vasco da Gama. Os jornalistas Aparício Pires e Eliomário Valente foram os que acompanharam a sua carreira desde cedo e não hesitaram em apelidar o jovem avançado com tamanha alcunha.
E provou que estavam certos.
Em 1971, com apenas 18 anos, estreou-se como titular no clube vascaino. Sob as ordens de Amildo Chirol começou a sua longa história de amor com a cruz de Malta. Marcou o seu primeiro golo profissional no Maracanã, no seu segundo jogo como profissional contra o Internacional. Seria o primeiro de 784 golos que iriam apontar ao largo de vinte anos por quatro clubes distintos.
Até 1979 tornou-se na estrela do conjunto carioca, vencendo em 1974 o campeonato Brasileiro, em 1977 o Campeonato Carioca, ano onde também venceu uma das duas Taças Rio (a outra foi em 1975). O seu faro goleador levou-o em 1975 ao escrete canarinho e três anos depois estava na selecção brasileira que disputou o Mundial da Argentina, onde apontou um grande golo contra a Áustria. A sua fama começava a ser tal que do outro lado do Atlântico chegou o canto irresistível do Barcelona. O avançado chegou mas nunca se adaptou e apenas apontou três golos em cinco meses. Sem completar a temporada foi devolvido ao Brasil, sob assobios e criticas da imprensa europeia.