Rafael Marques levou meses, mais precisamente 21 jogos, até marcar seu primeiro gol pelo Botafogo. Foi alvo de piadas, virou chacota na boca dos rivais e entre os próprios alvinegros, mas não há como negar que ele tem uma parcela respeitável na ascensão botafoguense. Gol do título carioca, sobre o Fluminense, gol sobre o Flamengo há uma semana e agora outros dois em cima do Vasco. É, ele sabe marcar em clássicos. Gols importantes e com categoria. Seu segundo nesse 3 a 2 diante do rival cruz-maltino prova isso. Drible e chute no ângulo para fincar o Glorioso na posição de líder. Numa banca de apostas, talvez só o técnico Oswaldo de Oliveira arriscasse que esse dia chegaria, mas chegou: com uma nota 8,5, Rafael Marques é o craque da Rodada#11 do Troféu Armando Nogueira.
O brilho do atacante alvinegro não impede, porém, o domínio rubro-negro nesta seleção. Capitaneados por Elias, outro grande nome do fim de semana, o volante Luiz Antônio e o novo titular do ataque rubro-negro Nixon integram o time da rodada. Reflexo do \"baile\" de 3 a 0, dado em cima do campeão da Libertadores, Atlético-MG. Dois cruzeirenses também garantiram lugar. Na lateral direita, o jovem Mayke foi crucial na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, e na zaga Bruno Rodrigo garantiu a firmeza necessária para sustentar o resultado magrinho, mas que mantém a Raposa entre os primeiros.
A seleção da rodada#11 se completa com o goleiro Roberto, que pegou um pênalti de Fred e segurou o empate por 1 a 1 da Ponte Preta contra o Fluminense; com o zagueiro Gil, do Corinthians; com o meia Juninho Pernambucano, do Vasco; além de dois jogadores de times baianos, no caso, o lateral esquerdo Danilo Tarracha, que fez um dos gols no 2 a 1 do Vitória sobre a Portuguesa, e o meia Anderson Talisca, que também deixou sua marca no 2 a 1 do Bahia sobre o São Paulo, em jogo que foi antecipado e disputado no dia 10 de julho.
Vale lembrar que a seleção do campeonato é montada após a apuração das médias de todos os jogadores que disputaram mais de 40% dos jogos no Brasileirão - 16 partidas ao fim do torneio. Os autores das notas de todas as partidas da competição são sempre os comentaristas do SporTV e jornalistas do GLOBOESPORTE.COM. O Troféu Armando Nogueira não tem relação com o Cartola FC.
GOLEIRO
Não foi a primeira vez que alguém defendeu um pênalti cobrado por Fred. Longe disso, aliás. Na rodada anterior, o atacante do Fluminense já havia desperdiçado uma cobrança, contra o Cruzeiro. Ainda assim, vale colocar no currículo. E no caso de Roberto, da Ponte Preta, valeu também um lugar na seleção da rodada#11 do Troféu Armando Nogueira. Decisivo para o empate por 1 a 1, o goleiro levou 7,5, não superada por nenhum outro de sua posição. Além de pegar o pênalti do camisa 9 tricolor, Roberto demonstrou arrojo ao salvar outra finalização no rebote. Pegou ainda uma cabeçada forte de Carlinhos e um chute traiçoeiro de Rafael Sobis, que quicou perigosamente à sua frente. Menção honrosa a Wilson, do Vitória, que mais uma vez foi destaque da equipe baiana, no 2 a 1 sobre a Portuguesa.
LATERAL-DIREITO
Qualquer lateral para ser considerado completo precisa encontrar um equilíbrio entre defesa e ataque. Mayke, do Cruzeiro, mostrou como se faz diante do Coritiba, provando que será cada vez mais difícil para Ceará recuperar lugar entre os titulares celestes. No 1 a 0 sobre o Coxa, o garoto só faltou voar. Chegou à linha de fundo com naturalidade e foi premiado com a assistência para o gol de Luan. Atrás, foi salvador. Num centro perigoso do time paranaense, evitou, num desvio de calcanhar, um gol certo de Keirrison. Pelo conjunto da obra, ele recebeu 7,5 e garantiu sua vaga na seleção, superando Edenílson, do Corinthians, que levou um 7,0 por sua atuação no 2 a 0 sobre o Criciúma.
ZAGUEIROS
Se na lateral direita, um cruzeirense bateu um corintiano na disputa, na zaga há espaço para um de cada time. Representando o Timão, Gil. O zagueiro tomou conta da defesa no 2 a 0 diante do Criciúma, não dando chances a Wellington Paulista. Não à toa foi o único da posição a levar 7,5 na rodada. Bruno Rodrigo completa o setor com o 7,0 conquistado contra o Coritiba, em que a Raposa não levou gols (foi 1 a 0). Sua atuação foi acima de tudo com seriedade, sem abandonar o posicionamento nem enfeitar.
LATERAL-ESQUERDO
O fim de semana não foi tão produtivo para quem joga na lateral esquerda. Poucos conseguiram algum destaque. Salvou-se Danilo Tarracha, do Vitória, que nem fazia assim uma partida tão boa diante da Portuguesa, mas teve o mérito de aparecer na área, matar no peito o cruzamento feito por Biancucchi e acertar um belo chute de canhota, num dos gols rubro-negros na vitória por 2 a 1. Tarracha mareceu nota 7,0. Alex Telles, do Grêmio, também não foi mal. No Gre-nal, ele não chegou a ser o ponto de desequilíbrio a favor e viu o placar do clássico gaúcho terminar no 1 a 1, mas foi uma importante válvula de escape gremista. Não entra nos selecionados, mas deixa boa impressão.
VOLANTES
A cabeça de área é toda rubro-negra. O domínio do meio-campo do Flamengo na goleada de 3 a 0 no Atlético-MG, em Brasília, explica-se em grande parte pelas atuações de Elias e Luiz Antônio. Firmando-se entre os titulares, Luiz Antônio, que há uma semana ajudou a mudar o jogo diante do Botafogo, foi absoluto na marcação e mostrou dinamismo, subindo ao ataque quando pôde. Nota: 7,5. Elias, então, foi simplesmente o grande mentor da vitória folgada sobre o campeão da Libertadores. Foi bem na armação, no combate e não se privou de coordenar os demais jogadores do Flamengo. De quebra, coroou seu jogo fazendo o segundo gol. Atuação digna de um 8,5.
MEIAS
Para Juninho Pernambucano é preciso muito mais que algumas dores para sair de campo. Dessa vez, ele não só jogou muito, como ainda deu exemplo de dedicação ao permanecer no gramado, aparentemente sem condições físicas, devido ao Vasco já ter feito suas três substituições. Não foi possível fazer do Vasco vencedor do clássico - deu Botafogo por 3 a 2 -, mas Juninho reafirmou seu papel de líder. O lance do primeiro gol vascaíno, quando fez assistência para André, é a prova de seu talento. Resumo da ópera: um 8,0 na sua conta. Fazendo-lhe companhia na armação, o meia do Bahia, Anderson Talisca, cujo time atuou pela 11ª rodada (a partida foi antecipada), há mais de três semanas, mas que não foi esquecido. Talisca fez um dos gols e teve desempenho digno de um 7,5 na vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo.
ATACANTES
A redenção de Rafael Marques foi o ponto alto do líder. Seus dois gols no clássico contra o Vasco envaideceram Oswaldo de Oliveira (assista à entrevista do treinador, ao lado), aumentaram a confiança dos alvinegros num possível título e o fizeram levar o Armandinho com um 8,5. Mas o alvinegro não foi o único atacante que saiu de campo com mais prestígio do que entrou. No Flamengo, Nixon fez valer a confiança de Mano Menezes, que o escalou como titular diante do Atlético-MG. Com boa contribuição para o 3 a 0 sobre o Galo, ele levou um 7,5 como nota e certamente dará trabalho para os concorrentes na posição.