Após prestar depoimento à Polícia Civil e revelar um esquema fraudulento na eleição do Vasco, o sócio Otávio dos Santos Pires deu novos detalhes das irregularidades na entrada de sócios da polêmica urna 7 que deram vitória a Eurico Miranda no pleito cruzmaltino – ainda sub júdice.
Em entrevista à TV Globo, Otávio ratificou os relatos à Polícia e apontou os responsáveis por arregimentar novos sócios para que votassem em Eurico Miranda de maneira irregular.
"Não precisaria pagar nada. Só ser sócio, sem pagar. Poderia frequentar tudo. Como sou Vasco, disse que sim. Mas teria que votar no Eurico. Chegando lá, me deparei com situação constrangedora. Uma urna separada e teria que votar no Eurico. Chegando lá, me deparei com situação constrangedora. Uma urna separada e teria que votar nela. Fiquei cabreiro. Disseram eu votaria com a identidade, sem precisar da carteirinha. Todos de Magé daquela urna foi desse jeito. Mais de 60 pessoas. Mas não vão querer falar", disse Otávio.
Em gravação telefônica, ele conversa com Claudio Marcelo de Oliveira, o Grilo, vereador de Magé e responsável por comandar o esquema na região.
"[Você] Diz que entrou no mês 10 de 2015. Mensalidade em dia. Tem comprovante. Eles têm todos os retroativos pagos. Vai trazer o comprovante e você diz que pagou R$ 45, normal", orienta Grilo, ao ser questionado por Otávio sobre os problemas.
Em contato com a reportagem do UOL Esporte na noite desta sexta-feira (8), o sócio que votou de maneira irregular vai além e relata ameaças de aliados de Eurico Miranda após o seu depoimento à Polícia ter sido vazado no início de novembro.
"Cheguei a negar a vocês que eu tinha ido na Polícia porque já estava com medo. Nos dias seguintes da notícia, o Grilo bateu na minha casa com o Didi, irmã do Nilson Gonçalves [funcionário das categorias de base e aliado de Eurico]. Fiquei com muito medo e saí de Magé. Eu e muitos aqui teremos que sair. Ficou pesado para nós. Voltei para casa, mas já estou saindo de novo por conta das reportagens", contou um assustado Otávio.