A Copa do Mundo terminou e é hora de seguir a vida com torneios locais. Na base, especificamente, é a vez da Taça BH, maior competição sub-17 do país, dar as caras. O torneio, que começa nesta terça-feira, terá transmissão exclusiva de alguns jogos no Sportv e no GloboEsporte.com.
Em 2018, a Taça BH vem diferente. O número de clubes aumentou de 32 para 40, divididos em dez grupos de quatro times, cada. Passam adiante os primeiros colocados e os seis melhores segundos, que se enfrentam em confrontos eliminatórios até a final. Confira um resumo das chaves.
Grupo A: São Paulo, Grêmio, Vila Nova e Uberaba
Atual bicampeão, o São Paulo surge como favorito com uma geração muito forte e alguns remanescentes do título do ano passado. Entre eles, o meia Ed Carlos, canhoto que jogará com a camisa 10, os atacantes Vitinho e Paulinho, o zagueiro Lucas Fasson e o lateral-direito Lucas Sena, além do meia Talles, nascido em 2002 e vice-campeão sul-americano com a seleção sub-15 no ano passado, e do atacante Gustavo. Sobra talento em Cotia mais uma vez.
No Grêmio, que também mostra força, o goleiro Gabriel, também da seleção sub-15 em 2017, é um dos destaques, assim como os bons volantes Fernando Henrique e Diego. A equipe tem condições de brigar com o São Paulo pelo primeiro lugar da chave.
O Vila Nova surge correndo por fora, a novidade é a chegada do técnico Muriel Fernandes, que assumiu o cargo há três semanas. O time apostas nos dribles de Maranhão, ponta canhoto, e na qualidade técnica do camisa 10 Ruy, ex-Coritiba. O Uberaba, que sequer participa da primeira divisão do Mineiro Sub-17, surge como zebra.
Grupo B: Corinthians, Coritiba, Vitória e Betinense
Aqui há um equilíbrio de forças. O Corinthians, do bom técnico Marcos Soares, vem com uma parte do grupo que foi vice-campeão da Copa do Brasil Sub-17 e aposta em bons nomes, como o volante Guilherme Gallegos e o meia Lucas Pires. O atacante Arthur Bessa é outro destaque do time.
No Coritiba, a geração vice-campeã da Copa do Brasil Sub-15 em Votorantim, em 2016, chega ao sub-17, e o time, que já foi bem no ano passado (deu muito trabalho ao São Paulo), segue forte. Um dos destaques daquele time, o atacante Igor Jesus, já está nos juniores, mas ainda há nomes de qualidade, como o volante Thomaz e o zagueiro Fábio. Entre os nascidos em 2002, destaque para o volante Bernardo e o meia Messias.
O Vitória, que sempre monta equipes fortes, aposta no lateral-esquerdo Eduardo, nascido em 2002, como um dos principais nomes para brilhar no torneio, além do meia Maykon Douglas, que já tem passagens pelos juniores do clube. O Betinense é outro que não participa do Mineiro Sub-17 da primeira divisão e surge como azarão.
Grupo C: Fluminense, Figueirense, Ponte Preta e AMDH
Aqui, dá para dizer que as quatro equipes da chave têm qualidade, embora haja um leve favoritismo do Fluminense com sua boa geração 2001. O volante Wallace e o meia Ewerthon são os principais nomes de um time que não deverá contar com Marcos Paulo, centroavante, que já vai subir de categoria. No gol, Marcelo Pitaluga se destaca, mesmo sendo um ano mais jovem.
No Figueirense, que há algum tempo já mostra um projeto consistente, há jogadores interessantes, como o meia André e o volante Geliel, este nascido em 2002 e vindo do Internacional.
Na Ponte Preta, atual campeã paulista sub-20, o nome que chama mais a atenção é o de Júlio Vitor, já com passagens por seleções de base. O volante Igor Maduro é outro que já está no radar dos juniores e deve subir num futuro não muito distante.
Na AMDH, que já revelou nomes como o atacante Fernando, vendido pelo Palmeiras ao Shakhtar Donetsk recentemente, o destaque é o camisa 10 Guilherme, que já atuou no torneio no ano passado e vem evoluindo.
Grupo D: Flamengo, Chapecoense, América TO e Portuguesa
O Flamengo surge aqui com um favoritismo destacado, apesar da ausência de seu camisa 10, Reinier, já pulando etapas nos juniores. Mas sobra talento no Ninho do Urubu, e nomes como Rodrigo Muniz, atacante, Daniel Cabral, volante, e Ramon, lateral-esquerdo, devem levar o time à primeira colocação.
A Lusa, que já viveu grandes momentos na base, espera se reerguer, e aposta no talento do meia Matheus Jardim para surpreender. Na Chapecoense, o homem-gol é Matheus Buzatto, artilheiro do Catarinense Sub-17 com sete gols. O América, de Teófilo Ottoni, penúltimo colocado de sua chave na segunda divisão do Mineiro Sub-17, é outro que surge como zebra.
Grupo E: Atlético-GO, Criciúma, Cruzeiro e Porto Vitória-ES
O Cruzeiro, que passou por uma reformulação no sub-17, é favorito à liderança no grupo. O time comandado pelo técnico Fred Pacheco, aposta nos gols do artilheiro Vinícius Popó, visto como um dos melhores centroavantes da categoria no país. Mas há mais do que ele no time: os meias Vitinho e Alejandro, nascidos em 2002, mostram qualidade, assim como o camisa 10 Caio.
No Criciúma, do treinador Amauri Barasuol, as atenções se voltam para Julimar, atacante, que já estreou nos profissionais e quase foi parar no próprio Cruzeiro. Outro que tem potencial é o meia-atacante Reinaldo. Atlético-GO e Porto vitória são dois times que vêm aumentando o investimento na base, não devem ser saco de pancadas, mas a classificação é improvável.
Grupo F: América-MG, Goiás, Legião-DF e Santos
Fora o Legião-DF, que até busca fazer um bom trabalho, mas deve perder na falta de experiência nacional, nesse grupo deve sair faísca na busca pela primeira posição. O América-MG joga em casa e conta com nomes interessantes, como o meia-atacante Arthur, autor de cinco gols no Mineiro Sub-17, e o atacante Goldeson, dono da mesma marca.
No Santos, a geração 2002 chega com tudo após a promoção de Rodrygo e Yuri Alberto. Victor Yan, um dos poucos remanescentes da geração 2001, é um dos nomes mais experientes, e estará ao lado de jogadores da seleção sub-15, como o meia Ivonei e o atacante Kaio Jorge, que chegou a jogar a última Copa São Paulo aos 15 anos. No Goiás, o zagueiro Da Silva e o meia Welder, remanescentes do ano passado, são os principais nomes da equipe.
Grupo G: Atlético-MG, Dinamo-MG, Juventude e Seduc-MS
O favoritismo nessa chave é do Galo que, comandado pelo técnico Leandro Zago, lidera o Mineiro Sub-17 com dois jogos a menos que o Cruzeiro. A equipe fez amistosos em São Paulo contra Corinthians e Flamengo-SP para se preparar para o torneio e mostra bons jogadores, como o volante Neto, o goleiro Cristian e o atacante Rodrigo, além de Luiz Felipe, artilheiro do Mineiro Sub-17 com sete gols.
No Juventude, que tem montado times competitivos e fortes fisicamente, o destaque é o zagueiro e capitão Yago. O Dinamo, clube de Araxá, entrou na última hora após a desistência do Avaí e aposta em três jogadores para fazer um bom papel: o zagueiro Davi, o lateral-esquerdo Matheus e o volante Leozinho. Na Seduc, a meta é ganhar experiência e apostar também em novos jogadores para emplacar alguns deles em clubes grandes.
Grupo H: Botafogo, Internacional, Novorizontino e Villa Nova-MG
Chave bem equilibrada também, com leve favoritismo do Inter. Mesmo sem dois de seus principais jogadores, o atacante João Victor e o lateral Matheus Cazzetta, o Colorado tem uma boa equipe, com destaque para o meia Dudu e o volante Lucas Mosquito, além do zagueiro Jonathan Schutz, que já foi bem no ano passado, e do atacante João Peglow, destaque da seleção sub-15 no último Sul-Americano da categoria.
No Botafogo, a turma 2001 é forte, com destaque para Marcello Sá, artilheiro disparado do Carioca Sub-17 e centroavante que lembra Walter pelo porte físico atarracado (o Walter da base, não o atual) e qualidade com a bola no pé. O meia Marlon é também um nome a ser visto com atenção, assim como o volante Michel e o goleiro Andrew.
O Novorizontino, que avançou para a segunda fase na edição passada, não tem mais Rodrigo Farofa, negociado com o Real Madrid. Mas aposta suas fichas em seu camisa 9 Cauê, autor de dez gols no Paulista Sub-17. No Villa Nova-MG, que não disputa o Mineiro Sub-17, os objetivos são mais modestos e uma boa campanha seria surpreendente.
Grupo I: Atlético-PR, Boavista, Palmeiras e Uberlândia
A disputa aqui deverá ser entre Atlético-PR e Palmeiras, com favoritismo da equipe alviverde, atual campeã do Mundial de Clubes Sub-17 em cima do Real Madrid. Nomes como Fabrício, artilheiro do Paulista Sub-17, Gabriel Vieira, Gabriel Verón, Henri e Fabinho, entre outros, compõem um dos melhores elencos da categoria no país, comandado pelo técnico Arthur Itiro.
No Furacão, destaque para o meia-atacante Kawan e para o meia João Siembarski. O time estará desfalcado de vários nomes que subiram ao sub-20 para a disputa do Brasileiro da categoria. O Boavista vem evoluindo na base carioca, mas deve ter dificuldades na chave, assim como o Uberlândia.
Grupo J: Bahia, Guarani-MG, Paraná e Vasco
O Bahia, com toda a reformulação que fez na base recentemente, é um time a ser visto com muita atenção no torneio. Alguns nomes, como o zagueiro Lucimário, já atuaram nos juniores e podem dar o suporte necessário para que o time avance no torneio.
No Vasco, a geração 2001 passou por vários problemas de lesão no primeiro semestre, mas o talento individual do time é alto. O goleiro Lucão é visto como um futuro titular dos profissionais, o volante Victor Hugo era titular no ano passado com o time 2000 e o ataque, formado por Vinícius, Talles e Lucas Figueiredo, é perigoso. No Paraná, alguns destaques como o lateral-esquerdo Victor Alexandre e o volante Raimar compõem uma equipe que deve dar trabalho aos favoritos. No Guarani-MG, que tenta fazer um trabalho consistente na base, os objetivos são um pouco mais modestos na volta ao torneio.