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Sub-17: Paulinho fala sobre as dificuldades na Índia

A primeira rodada do Mundial Sub-17 na Índia foi marcada por bons momentos, 43 gols em 12 jogos, média de 3,58 por partida, e uma torcida participava e eufórica. Mas os jogadores das 24 seleções participantes sofreram com o mesmo problema: a umidade relativa do ar. Em quase todos os confrontos, ao menos um atleta recebeu atendimento médico por conta dos efeitos da alta umidade, como desconforto e mal-estar.

A umidade relativa do ar pode afetar o organismo de todos os seres vivos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal para o organismo humano gira entre 40% e 70%. Acima desses valores, o ar fica praticamente saturado de vapor d’água, o que interfere no nosso mecanismo de controle da temperatura corporal exercido pela transpiração. Quanto mais alta a temperatura e mais úmido o ar, mais lenta será a evaporação do suor, que ajuda a dissipar o calor e a resfriar o corpo. É aquela sensação de sauna pública onde quer que você vá. Aqui na Índia, você não sente o sol queimar a pele, mas sofre com o suor excessivo.

No sábado, no jogo entre Brasil e Espanha, por exemplo, o termômetro marcou 30 graus durante praticamente toda a partida, com sensação térmica de 36 graus. Em Cochim, cidade onde as equipes se enfrentaram, a umidade relativa do ar chegou a 77%. Ou seja, acima do nível ideal apontado pela OMS.

[Os gols de Brasil 2 x 1 Espanha pela 1ª rodada do Mundial sub-17]

Os gols de Brasil 2 x 1 Espanha pela 1ª rodada do Mundial sub-17

Ainda no primeiro tempo do jogo, o lateral-direito espanhol Mateu Jaume foi substituído aos 34 minutos, alvo dos efeitos do calor e da alta umidade do ar. Para tentar minimizar o problema, o árbitro autorizou a parada técnica nos dois tempos.

- Os jogadores se hidrataram durante a partida contra o Brasil, mas essas coisas acontecem. Não temos como culpar a umidade pela nossa derrota. Vamos trabalhar com nossa equipe médica e física - disse o técnico da Espanha, Santiago Denia.

Após a vitória brasileira por 2 a 1, o atacante Paulinho, autor do segundo gol da Seleção, reconheceu que o clima gerou dificuldades.

- A gente trabalhou muito duro, chegamos aqui na Índia dez dias antes para a preparação e adaptação. Muito calor aqui, muito mais do que no Brasil. Mas a gente já esperava, treinamos para isso e tivemos que nos superar para buscar essa vitória - frisou o atacante do Vasco.

O técnico Carlos Amadeu também apontou a condição climática como um adversário duro para a maioria das seleções.

- A Espanha teve algumas dificuldades, assim como o Brasil, por uma questão de clima. O clima é um pouco diferente, é muito úmido, a gente transpira bastante. Eu tive que tomar banho para vir para a entrevista coletiva. Eu transpirei muito, praticamente joguei. O calor gera uma desidratação e a pessoa tem que ter uma força mental para superar essa dificuldade - disse o treinador brasileiro.

A previsão de umidade para as duas próximas rodadas de jogos em Cochim, dias 10 e 13 de outubro, é de 82% e 84%, respectivamente. É nesse clima que a Seleção volta a jogar no Mundial sub-17 nesta terça-feira, às 11h30 (de Brasília), contra a Coreia do Norte, que perdeu para Níger na estreia. A partida será novamente na Arena Cochim.

Fonte: ge
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