Fluminense e Vasco são, entre os clubes grandes do Brasil, alguns dos que estão há mais tempo sem revelar um goleiro que se firme entre os titulares dos profissionais. Mas dois camisas 1 chamam a atenção na base e mostram potencial para quebrar essa escrita em um futuro não muito distante, um em cada clube: Marcelo Pitaluga, do Flu, e Lucão, do Cruz-Maltino.
Marcelo é o mais novo entre os dois. Nascido em dezembro de 2002 e criado em Guapimirim, interior do Rio de Janeiro, ele participou da pré-temporada com os profissionais neste ano. É tratado com carinho no clube, e é titular do time sub-17 mesmo tendo apenas 15 anos e a maturação física ainda não fechada. Rápido e ágil debaixo da trave, ele se dá bem em cobrança de pênaltis também, e foi recentemente convocado para a seleção sub-17 que passará por um período de treinos na Granja Comary. O último goleiro revelado pelo Fluminense a se firmar como titular foi Fernando Henrique, que assumiu a posição em 2003.
Lucão, nascido em 2001, é de Barra Mansa, também interior do Rio de Janeiro, e foi o goleiro reserva de Brazão, do Cruzeiro, no último Mundial Sub-17. Ele chama a atenção pela altura e principalmente pela força física, e mostra uma segurança incomum para a idade. Nos corredores de São Januário, comenta-se muito que ficará pouco tempo nos juniores e subirá direto para os profissionais. Essa transição não é bem sucedida no Vasco desde que Hélton surgiu ganhando a posição no Mundial de Clubes de 2000. Já fazem, portanto, 18 anos.
Os dois têm potencial para aumentar a presença média de goleiros revelados em times cariocas na Série A. Atualmente, apenas Júlio César, do Fluminense, é o único titular entre os 20 clubes revelado no Rio de Janeiro (surgiu no Botafogo, em 2007). O Flamengo, no entanto, formou alguns reservas importantes, como Paulo Victor, do Grêmio, e Marcelo Lomba, do Internacional, além de Hugo Souza, recém-convocado por Tite, e de Gabriel Batista, que foi bem quando chamado aos profissionais.
A aposta em goleiros jovens, no entanto, tem sido incomum no Brasil nos últimos anos. Se nas décadas passadas vimos o surgimento de Dida no Vitória aos 20 anos, e Júlio César no Flamengo aos 17, mesma idade em que Jefferson estreou pelo Cruzeiro, em 2018 não há goleiros sub-20 atuando na Série A. E o número de camisas 1 com idade olímpica (nascidos em 1997) segue raro, com poucos indícios de que mudará nos próximos anos.