Futebol

Super-heróis de ameaças de rebaixamento passadas comentam drama

Na ficção, apela-se para os super-heróis nos momentos de apuro. No último suspiro, eles aparecem afastando o perigo. O futebol é repleto desses personagens. O Vasco, sério candidato ao rebaixamento (83% de chances, segundo o matemático Tristão Garcia), viveu filmes de terror em edições anteriores do Brasileiro e sabe bem o que é isso. Nesta quarta-feira, às 22h, no Serra Dourada, contra o Goiás, será mais um capítulo dramático da saga cruzmaltina.

Cada derrota a partir de agora fará o clube caminhar a passos largos para a Segunda Divisão. Missão inglória para Renato Gaúcho e seus comandados, que, para piorar, venceram apenas um jogo fora de casa no Brasileiro, contra a Portuguesa, que também luta para não cair. O JB ouviu alguns heróis do passado. Se pudessem estariam em campo, mas advertem: é preciso torcer muito. Em outras palavras, a coisa está feia em São Januário.

Em 2002, reapareceu no clube Valdir. Sem clube havia 15 meses, teve a qualidade questionada, mas calou os críticos fazendo gols decisivos nas 12 partidas restantes.

– Fui criado no clube, fui ídolo, tinha moral. Quando cheguei, os jogadores me passavam a bola porque me respeitavam. Diziam \"dá nele\". E isso ajudou bastante - recorda o \"Bigode\", hoje com 36 anos e fazendo planos para ser técnico.

Ainda assim, Valdir prefere dividir o mérito com os companheiros. Segundo ele, o time, à época, adotou regime de concentração total, dando ênfase, além dos treinos, à alimentação e ao repouso:

– A pressão no Vasco é enorme, ainda mais perdendo e precisando da vitória. A situação é difícil, mas temos que acreditar.

Henrique evita descenso

Em 2003, o Vasco viveu altos e baixos no Brasileiro e passou boa parte do campeonato perto da zona de rebaixamento. Faltando três rodadas para o fim, um gol de cabeça do zagueiro Henrique na vitória por 1 a 0 contra o Figueirense acabou com o mal-estar. No ano seguinte, Henrique voltou a ser decisivo. Faltando duas rodadas para o fim do Brasileiro, o Vasco tinha pela frente o Atlético-PR, que disputava o título com o Santos, justamente o adversário cruzmaltino na rodada derradeira. Mas, graças a um mais um gol de cabeça do zagueiro, o Vasco chegou para o duelo com o time de Robinho (que seria o campeão) já livre do rebaixamento.

– Foi dramático aquele jogo, mas provamos mais uma vez que no futebol se vence dentro das quatro linhas. Deixei o gramado chorando com a torcida gritando o meu nome. Foi emocionante – lembra o zagueiro, criado em São Januário e, mesmo estando hoje do outro lado do campo, aposta ainda em uma reação vascaína.

– Estou confiante que o Vasco não irá cair. É só os jogadores olharem para a camisa que vestem e se unirem.

Em 2005, Renato Gaúcho foi chamado a 30 rodadas do fim. Colocou o time na Sul-Americana, mas os gols de Alex Dias jamais serão esquecidos pelo torcedor.

– Acho complicado sair dessa, mas, pela garra que vi contra o Flamengo, fiquei mais animado. O Renato sabe motivar um time como ninguém. E tem o Leandro Amaral e o Edmundo – ressalta Alex Dias.

Pinilla é a carta na manga de Renato para o jogo contra o Goiás

Pinilla jogou apenas 20 minutos contra o Flamengo, mas deixou boa impressão e a esperança de que possa virar na reta final o artilheiro que tem faltado ao time. Se ainda não ganhou uma chance pra valer na equipe titular, pelo menos nos treinos vem roubando a cena. Exibe boa técnica, grande poder de finalização e já fez até dois de bicicleta. Faltando oito rodadas para o fim do Brasileiro, a expectativa de muitos é de que o chileno deixe o banco de reservas para ser o herói capaz de livrar o time do rebaixamento.

– Não gostaria de ser o herói. Acho que se o time ganhar e eu marcar, todos os jogadores serão heróis. O futebol é um um esporte coletivo em que todos ganham e perdem ao mesmo tempo – analisa.

Porém, se depender do seu currículo, experiência não vai lhe faltar para ganhar uma vaga no time. Apesar de ter apenas 24 anos, Pinilla é um andarilho do futebol. Já passou pelo Universidad de Chile, Inter de Milão, Chievo Verona, Celta de Vigo, Sporting, Racing Santander e Hearts.

Jogos inesquecíveis

Em suas passagens pelos clubes europeus, Pinilla fez a diferença e em alguns momentos viveu seus dias de herói.

– Todos os gols que fiz foram importantes, mas teve uma semifinal da Uefa que marquei o gol da vitória contra AZ Alkmaar que nos classificou para a final – lembra o jogador, que soltou uma bomba indenfensável na vitória de virada por 2 a 1 do Sporting contra o clube holandês.

O chileno também não esquece outro jogo dramático.

- Marquei um gol importante nas Eliminatórias da Copa da Alemanha e vencemos por 1 a 0 – ressalta o atacante, que aos 39 do segundo tempo garantiu a vitória sobre a Venezuela, que deixou o Chile mais perto dos líderes, em 2004. O chileno só lamenta que, no fim, sua seleção tenha ficado fora do mundial.

Conhecido como Pinigol, o chileno diz que o gol mais importante pode ainda estar por vir.

– É hora de esquecer o passado e pensar naqueles que posso marcar aqui. Estou treinando há um mês e trabalhando para ganhar uma vaga no time. Não vou abrir mão de buscar o meu espaço - finalizou o atacante.

Fonte: JB Online
  • Domingo, 24/11/2024 às 16h00
    Vasco Vasco 1
    Corinthians Corinthians 3
    Campeonato Brasileiro - Série A Neo Química Arena
  • Sábado, 30/11/2024 às 21h30
    Vasco Vasco
    Atlético-GO Atlético-GO
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
  • Quarta-feira, 04/12/2024
    Vasco Vasco
    Atlético-MG Atlético-MG
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
  • Domingo, 08/12/2024
    Vasco Vasco
    Cuiabá Cuiabá
    Campeonato Brasileiro - Série A Arena Pantanal
Artilheiro
Pablo Vegetti 20
Jogos
Vitórias 23 (38,33%)
Empates 17 (28,33%)
Derrotas 20 (33,33%)
Total 60
Gols
Marcados 76 (49,03%)
Sofrido 79 (50,97%)
Total 155
Saldo -3
Cartões
Amarelos 152 (92,12%)
Vermelhos 13 (7,88%)
Total 165