Conforme o LANCE! publicou na sexta-feira, o supervisor do Vasco, Nilson Gonçalves, tem forte influência no Duque de Caxias. Marcílio Krieger, jurista e auditor do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), afirmou que a postura do vascaíno, caso comprovada, fere a Lei Pelé (9.615).
- O fato de o supervisor do Vasco ter forte influência num clube que também disputa a Primeira Divisão do Estadual tem de ser investigado. Se for mesmo verdade, um pode favorecer o outro em detrimento dos demais clubes participantes, o que iria de encontro à Lei 9.615 – explicou o jurista.
Segundo ele, o caso seria, no mínimo, antiético, pelo fato de poder causar o desequilíbrio de uma competição profissional.
Quem também opinou foi Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD. Segundo ele, os procuradores do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio podem investigar o caso, com base na matéria do LANCE!.
– Até posso dizer que cabe a instauração de inquérito, para que o caso seja investigado. Porém, se não há um contrato assinado de Nilson com o Duque de Caxias, é muito complicado provar alguma irregularidade. O fato de haver um mesmo prestador de serviço em dois clubes diferentes não acarreta obrigatoriamente violação à ética e à moralidade – disse Schmitt.
O procurador-geral do STJD também acredita que Tribunal do Rio pode instaurar um inquérito.
SUPERVISORES OPINAM SOBRE O CASO
O supervisor do Flamengo, Isaías Tinoco, avaliou a situação de Nilson. O rubro-negro afirmou não ver nada demais, mas disse que não trabalharia em dois clubes.
– Não faria isso. Mas sou funcionário do Flamengo e, se recebesse tal ordem, ficaria só no outro clube, até para evitar esse tipo de especulação – explicou.
Já Marcio Touson, supervisor do Botafogo, também deu sua opinião, que é parecida com a de Isaías.
– É uma situação complicada, difícil para um supervisor (Nilson). Eu não faria, até porque respiro Botafogo 24 horas por dia. Não teria como fazer um trabalho bem feito nos dois clubes – disse.