Por quatro vezes na história da Copa do Brasil, o Vasco já esteve na mesma situação de agora, tendo de reverter no segundo jogo uma desvantagem de dois gols.
Em nenhuma das vezes (veja quadro) conseguiu se classificar para a fase seguinte, mas o retrospecto ruim não assusta quem entrará em campo na próxima quarta-feira com a missão de golear o Flamengo para levantar o título inédito.
Em São Januário, a opinião geral é de que o passado não interfere quando a bola começa a rolar.
- Cada jogo tem uma história.
Tivemos tantas chances de gol quanto o Flamengo, mas eles botaram para dentro. Isso é o que conta, e não os números. Temos de acertar mais na próxima partida - analisou o técnico Renato Gaúcho.
Os jogadores vão na mesma linha do treinador. Todos consideram que está ao alcance do time corrigir os erros e vencer o Flamengo por dois gols, enterrando, ao mesmo tempo, o tabu de não reverter vantagem de dois gols na Copa do Brasil e o trauma das derrotas para o maior rival em decisões.
Os lances dos dois gols rubro-negros têm sido exaustivamente debatidos dentro do grupo. O goleiro Cássio acha que, especialmente o primeiro, poderia ter sido evitado.
- Acho que falhamos. O Andrade ainda conseguiu fazer o primeiro corte, mas depois faltou uma cobertura. Aí o Obina teve a felicidade de acertar aquele chute bem no ângulo. Já o segundo gol foi um contraataque. A bola estava com a gente, mas perdemos e nos complicamos.
O Leonardo Moura fez um cruzamento perfeito e o Luizão só completou - explicou Cássio.
Contra o Flamengo, o Vasco manteve a característica de fazer poucas faltas. Foram apenas dez em toda a partida. Teoricamente, a jogada de contra-ataque do segundo gol poderia ter sido parada com uma falta. Líder da defesa, o camisa 1 vascaíno não pensa assim.
- O importante não é fazer dez ou 50 faltas. É preciso o time ter a posse de bola, dominar. Isso é que ganha um jogo. E não fizemos isso contra o Flamengo - disse Cássio.
A mensagem que Renato tem passado aos jogadores é de acreditar no próprio trabalho muito mais do que no que diz a história. Pensando para frente, em melhorar o desempenho para a próxima partida, é o único caminho de alcançar o feito de vencer uma decisão que muitos consideram perdida.
Até porque, se o Vasco fizer o resultado de que precisa, ninguém mais vai lembrar dos vices ou do retrospecto ruim na Copa do Brasil.