Na noite desta segunda-feira(11/08), o programa Caldeirão Vascaíno, da Rádio livre 1440 AM, teve como convidado o candidato à presidência do Vasco, Tadeu Correia, da chapa Vasco Passado a Limpo. Tadeu preside a comissão de sindicância que investigou a associação em massa ocorrida em março e abril de 2013, denominada de Mensalão Vascaíno, e detalhou como se deu o trabalho da comissão, que convocou sócios mediante carta para comparecerem a São Januário. Confira a seguir.
“Foi feito um texto pedindo que comparecessem num prazo de 5 dias, e a carta foi mandada por AR. Como funciona a carta AR? O correio leva a carta para sua casa, se a pessoa não é encontrada, volta no outro dia, se não encontra, volta no terceiro dia e carimba de novo. O AR é devolvido ao clube e em algumas delas estava escrito que a pessoa se recusou a receber. Nas fichas que estão na delegacia, tem fichas de proposta, anexos com comprovantes de pagamento e residência e todas as cartas AR grampeadas. Na carta dizia que eram 5 dias mais 5 dias, mas recebíamos com 1 ou 2 meses depois, nossa finalidade era ajudar o Vasco, não queríamos jogar os proponentes no lixo, mas aproveitá-los, queríamos que eles dissessem que realmente queriam ser sócios. Não tivemos má vontade com ninguém, o ideal seria que todos comparecessem e estivessem pagando.”
Tadeu Correia revela que Antônio Peralta, vice-presidente de comunicação, foi contra o envio das cartas mediante AR e que se recusou a entregar uma relação de sócios à comissão.
“Quando tivemos a ideia de envio por carta AR, o Peralta(vice-presidente de comunicação) foi contra, disse que o Vasco não tinha dinheiro para pagar, esse foi um dos boicotes dele, quem manda carta para o sócio é o departamento dele. O dinheiro para poder enviar as cartas eu pedi pelo meu departamento, eu não deveria, mas pedi. Além do dinheiro para enviar as cartas, era preciso gente para trabalhar, e o Vasco estava gastando dinheiro aceitando algo que a gente não sabe o que é. Contratamos seis pessoas para temporariamente fazer o trabalho do envio das cartas, solicitamos que nos fosse enviada a relação de todos os sócios de janeiro de 2011 a janeiro de 2014, nós não iríamos ver somente sócios de março e abril. A incidência mensal era de 30 a 40 sócios por mês, se houvesse pico de 200, 300, 700, 800, seria anormal. Desconfiávamos que não era só março e abril, insistimos várias vezes e fizemos uma reunião com o Peralta e ele questionou: Acha que sou maluco de fazer o que está pedindo? Ele era obrigado a entregar porque no documento que tem no relatório diz que a comissão de sindicância vai avaliar de 2011 a 2014, não fala que é março e abril. Ele tinha que cumprir uma determinação do presidente e se insubordinou, não cumpriu. Por que ele não cumpriu? Ele estava escondendo alguma coisa errada e sabemos que em maio foram várias associações.”
Coronel Tadeu ainda destacou que o trabalho da comissão de sindicância se deu a tempo da realização das eleições no Vasco, anteriormente marcadas para 6 de agosto, e que foram feitas algumas exigências à diretoria, mas não atendidas.
“O relatório saiu a tempo do processo eleitoral, quem tinha que tomar as atitudes não tomou. O grupo dos conselheiros do Vasco Passado a Limpo insistentemente pedia à diretoria do Vasco para tomar uma atitude em relação ao Eurico(Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos), que estava toda hora na secretaria e nada foi feito. Demos entrada no dia 8 de agosto de 2013 com um documento pedindo que fosse nomeada uma comissão de sindicância e essa foi nomeada em 2 de setembro de 2013, perdemos 28 dias e o Peralta só permitiu que começassem a sair as fichas em 15 de outubro.”
Por: Cesar Augusto Mota