Telê Santana da Silva nasceu no dia 26 de julho de 1931, na cidade de Itabirito, em Minas Gerais. O gosto pelo futebol começou cedo. Em 1945, ele iniciou no juvenil do Itabirense e depois foi para o América Recreativo de São João Del Rey, cujo técnico e presidente era o seu pai. Em seguida, o garoto foi tentar a sorte no Fluminense, onde brilhou nas categorias de base e assinou o primeiro contrato profissional em fevereiro de 1951.
No primeiro ano como profissional do Fluminense, Telê foi campeão carioca. Jogador técnico e de bom preparo físico, com excelente noção de posicionamento, passou a ser chamado de \"Fio de Esperança\". Fio pelos seus apenas 57 quilos. Esperança por seus atributos como jogador. Telê atuou no Fluminense até 1962. Antes de parar de jogar, em 1965, ele ainda defendeu os times do Guarani, Madureira e Vasco.
O início na carreira de treinador aconteceu em 1967, nas categorias de base do Fluminense, onde assumiu o time profissional em 1969, quando Telê Santana ganhou a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca. Em 70, ele comandou o Atlético-MG com muito sucesso. Foi campeão mineiro no mesmo ano e o primeiro campeão brasileiro, em 71.
Telê Santana voltou a ser campeão regional em 77, no Grêmio. O Palmeiras foi o único clube que o treinador comandou e não ganhou nenhum título, em 79. Em 1980, ele foi convidado a dirigir a seleção brasileira, garantiu a classificação para a Copa do Mundo de 82 e, apesar de não ter conquistado o título, encantou o mundo com uma geração de craques como Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo, Júnior, Leandro e Éder, entre outros. O Brasil foi eliminado pela Itália em uma derrota por 3 a 2, nas quartas-de-final, mas até hoje aquele time é lembrado como um dos melhores de todos os tempos.
Em seguida, Telê deixou a seleção brasileira e foi para a Arábia Saudita viver uma era de glórias no Al Ahli, ganhando todos os títulos disputados. Chamado novamente à seleção, classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 86, quando nas quartas-de-final a equipe foi eliminada nos pênaltis para a França e ele passou a ser chamado de \"pé-frio\".
Mesmo abalado com o fracasso na seleção brasileira, Telê assumiu o Atlético-MG e foi campeão mineiro em 88. Mas o sucesso aconteceu realmente no São Paulo, onde assumiu a equipe em 12 de outubro de 1990. Ele reformulou o elenco, valorizou o trabalho feito nas categorias de base e colecionou um título atrás do outro com um time que mais parecia um rolo-compressor. Ganhou o Campeonato Brasileiro de 91,dois Campeonatos Paulistas (91 e 92), duas Libertadores (92 e 93), dois Mundiais de clubes (92 e 93), duas Recopas Sul-Americanas (93 e 94) e a Supercopa (93), além de inúmeros torneios internacionais.
Em 1995, com problemas de saúde, Telê deixou o São Paulo para se tratar. Tentou voltar ao trabalho em 96, na função de diretor-técnico do Palmeiras. Mas uma isquemia cerebral o impediu de iniciar sua trajetória no clube e o fez abandonar o futebol.