Categorias de base

Temendo aliciamento, clubes querem tirar seleções de CT do São Paulo

“Estou tranquilo? Não. O (Alexandre) Gallo é um cara super sério, mas a questão é o São Paulo. A CBF que deveria nos proteger, pega a seleção e bota dentro do muro deles”, prossegue o gerente de divisões de base do Fluminense.

A preocupação de Simone passa pela fase final de preparação para o Mundial Sub-17 que a seleção brasileira da categoria fará entre os dias 27 de setembro e 7 de outubro no centro de treinamento do tricolor paulista em Cotia, região metropolitana de São Paulo. Entre os convocados do clube das Laranjeiras, está uma de suas principais promessas, o atacante Kenedy.

Na última semana, mais uma acusação de aliciamento de garotos voltou a ser disparada contra o time do Morumbi. O goleiro Lucão, que brilhou na campanha da Ponte Preta na Copa Brasil Sub-17, sumiu de Moisés Lucarelli e, mesmo com um contrato alinhavado, se apresentou diretamente na base são-paulina.

Ele integra o grupo chamado por Gallo para o Mundial nos Emirados Árabes Unidos, a ser disputado no mês que vem. Segundo o ESPN.com.br apurou, o treinador se comprometeu a desconvocar o atleta de 15 anos caso as informações sejam comprovadas. Não há confiança de que isso será feito e dirigentes já se movimentam para que as seleções não façam mais período de treinos em Cotia.

“Existe um desconforto do Fluminense com seus jogadores treinando no CT de Cotia. Estamos pensando em mandar um ofício para que a CBF proteja mais os clubes, assinado pelo diretor executivo e pelo presidente”, revela Fernando Simone.

O São Paulo foi alvo no primeiro semestre de queixas de diversos clubes pelo ‘roubo’ de jogadores e esteve no centro de um boicote em pelo menos duas competições até aqui na temporada – a Taça BH e a Copa 2 de Julho. Mesmo após as denúncias, o time não mudou a sua conduta e segue sem qualquer diálogo com os colegas. Portuguesa e Vitória também o acusam de assédio.

“A CBF está levando a galinha para a raposa ‘roubar’”, critica o coordenador das divisões de base do rubro-negro baiano, João Paulo Sampaio.

Com a Granja Comary em reforma desde o começo do ano, a entidade vem recorrendo com cada vez mais frequência à estrutura de Cotia, apontada como a mais moderna do País. Foi assim também na preparação para o Sul-Americano Sub-17. A reclamação é de que a alternativa facilitaria o acesso são-paulino aos garotos.

O Bahia foi outro clube a ter um jogador que defende as seleções supostamente levado por funcionários tricolores. O zagueiro da sub-15, Rodrigo, viajou para disputar um torneio no México e não retornou mais ao Fazendão. Ele se encontra hoje em Cotia.

“Como é que vai fazer a preparação numa equipe que não faz parte do acordo de cavalheiros que todas as outras assinaram? É claro que facilita (o aliciamento). Se dentro da Toca (da Raposa), já são aliciados… Eu falo sinceramente: se o Cruzeiro tiver atleta convocado para pré-temporada no São Paulo, não autorizo. É claro que, se o presidente deixar, é a opinião dele. Mas é um risco”, afirma o superintendente das divisões de base celestes, Bruno Vicintin.

O próximo encontro dos dirigentes da base será realizado em novembro, em Porto Alegre, mas uma articulação já está sendo feita através da internet para anunciar novas medidas contra o time tricolor.

“O São Paulo é covarde. Pega jogador que se destaca e paga R$ 5 mil. O Atlético-MG paga R$ 1 mil por filosofia, porque acreditamos que o dinheiro atrapalha a formação. Como eu vou competir se eles não investiram nada dos 11 aos 16 anos?”, pergunta o gerente de base do Galo, André Figueiredo.

 

“Quem deveria intervir é a CBF, mas ela não faz nada. Não pode convocar mais jogadores em litígio. Teve o acordo com o Ney Franco, no entanto, agora não tem mais nada. Voltamos à estaca zero com as mudanças que foram feitas”, analisa João Paulo.

Em entrevista ao ESPN.com.br, o coordenador Alexandre Gallo se mostrou surpreso com o movimento dos clubes. “É interessante isso que você está me falando. No encontro que tivemos no início do mês, ninguém falou nada. E outra: não teria por que ter problema porque tem contrato. O sub-15 em Itu sempre é fechado. O caso do Lucão no sub-17 foi uma exceção até pela idade, difícil de acontecer”, explica.

O também comandante das seleções sub-17 e sub-20 revela que teve a autorização do presidente José Maria Marin para ir para Cotia e que o São Paulo renovou o convite para treinar no local após o Sul-Americano, no começo do ano. Ele argumenta que “não existe como ter assédio” no CT são-paulino e que o “controle é total” sobre os garotos.

“Parceiro de todo mundo”, como se define, ele não acredita ser papel da CBF interferir nesses conflitos. “Não podemos tomar partido nisso. Até conversamos com a direção. Não queremos que aconteça, não acho que seja bacana, mas não podemos nos meter”, conclui.

O observador técnico Bruno Costa e o supervisor Antônio Almeida, ambos da CBF, estão copiados nas trocas de mensagens entre os dirigentes das equipes.

A reportagem do ESPN.com.br esteve em contato com o São Paulo desde a semana passada e recebeu do clube a informação de que não irá se manifestar.

Fonte: ESPN Brasil
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